Segunda-feira, 01 de agosto de 2011 Informação atualizada em 01/08/2011, às 11h10 Doença não fez com que o presidente venezuelano desis...
Segunda-feira, 01 de agosto de 2011
Informação atualizada em 01/08/2011, às 11h10
Doença não fez com que o presidente venezuelano desistisse da idéia de ficar no poder até 2031
Informação atualizada em 01/08/2011, às 11h10
Doença não fez com que o presidente venezuelano desistisse da idéia de ficar no poder até 2031
“O que será de Venezuela sem seu ‘Huguinho’?” “Será livre, Venezuela!” Por enquanto, isso continuará só na ficção. Pois, na última segunda-feira (25/7), o líder venezuelano, Hugo Chávez, teria dito ao diário governamental, “Correo del Orinoco”, que se candidataria novamente em 2012, e de seus planos de ficar no cargo até 2031. Ele já está no poder desde 1999!
Ao que parece, nem a doença o impediu de continuar sonhando acordado: no dia 30 de junho, o mandatário disse estar com câncer – sem mencionar em qual parte do corpo – 20 dias depois de ter feito uma cirurgia por um abscesso pélvico, em Cuba, após passar por Equador e Brasil, respectivamente. Ele só voltou a Caracas no início de julho, quando então, teria recebido o convite da presidenta Dilma Rousseff para se tratar no Brasil. Porém, Chávez surpreendeu a todos, por ter retornado alguns dias mais tarde (16) à ilha dos irmãos Castros para fazer sua primeira quimioterapia, ao invés de vir para cá. As imprensas brasileira e venezuelana já davam por certo, que ele se trataria no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde a própria Dilma, além do governante paraguaio, Fernando Lugo, e o ex vice-presidente José Alencar teriam sido pacientes.
Após mais sete dias em Havana, o líder sul-americano regressou e disse: “Voltei melhor do que quando fui”. E ainda afirmou que os médicos cubanos não teriam encontrado nenhuma célula cancerígena, mas, que em breve faria uma segunda quimioterapia por precaução. Também acrescentou que estaria fazendo uma dieta acompanhada de exercícios físicos e adequando o sono, para recuperar peso. Sem dúvida alguma, o mandatário venezuelano escolheu o lugar certo para se curar tão rápido: Cuba. O sucesso é de causar inveja até ao hospital brasileiro, que é uma referência no combate à doença: José Alencar, por exemplo, lutou contra um câncer por 13 anos. Já o presidente paraguaio, por quase um ano, e Dilma Rousseff, um pouco mais de quatro meses.
Pôde-se observar que a enfermidade está sendo utilizada politicamente: as duas vezes que Hugo Chávez voltou pra casa teriam coincidido com datas comemorativas: a primeira, por exemplo, – no início de julho, logo após a cirurgia – para os 200 anos de independência do país; a segunda – depois da quimioterapia –, para o aniversário de 228 anos de nascimento do Libertador Simon Bolívar, general conterrâneo que foi responsável pelo processo de independência de alguns países latino-americanos.
Quando Chávez contou que se recandidataria (no dia 25/7), faltavam apenas três dias para o seu aniversário de 57 anos (dia 28). E durante o festejo se comparou a mitológica ave fênix, ao afirmar que estaria renascendo. Não dá para garantir se ele estaria subliminarmente pedindo aos eleitores a reeleição como presente. Mas, fica a reflexão.
O presidente venezuelano quer ficar na presidência por apenas 32 anos. Enquanto que para ele pode parecer pouco ou razoável, para os que sonham com mudanças poderia ser uma eternidade. E mesmo que haja eleições livres, o fato de se ter alguém no poder por tanto tempo e de forma ininterrupta poderia representar um câncer na democracia. A troca de governantes é fundamental para o progresso de um povo, independente de sua ideologia política.
Fatos marcantes do governo “Chavista”
Durante seus 12 anos de mandato, o líder sul-americano retirou a licença de várias emissoras de rádio e TV. O caso mais famoso é o do canal “RCTV”, que não teve a concessão renovada, em 2007, por ser de oposição ao governo. A alternativa para sobreviver foi criar um canal internacional. Mas, no ano passado, foi derrubado novamente. Pois, a Conatel – órgão que fiscaliza os meios de comunicação naquele país – teria ordenado aos canais a cabo que suspendessem a programação da mesma, alegando que se tratava de uma televisora nacional, que teria perdido seus direitos de transmissão.
A guerra mais emblemática foi com a guerreira “Globovisión”, outra emissora de oposição, cujos proprietários estão foragidos do país sob a acusação de supostos crimes financeiros. Mediante essa alegação, as autoridades tomaram o “Banco Federal”, de propriedade de Nelson Mezerhane, um dos acionistas do canal, com isso assumindo o controle de 20% deste. Em 2009, por exemplo, uma juíza teria sido destituída da função, por negar-se a aplicar sanções contra o empresário Guillermo Zuloaga, outro acionista da “Globovisión”.
Também, em 2009, representantes do governo venezuelano teriam ido à Organização dos Estados Americanos (OEA), para discutirem denúncias de supostas violações de direitos humanos e de liberdade de expressão.
Em agosto do ano passado, durante as eleições para o Legislativo venezuelano, alguns diários, como o “El Nacional”, foram proibidos pela justiça de publicar imagens de violência por 30 dias. A suposta proteção às crianças e adolescentes foi usada para justificar a medida.
Já em janeiro deste ano, seu governo teria tirado do ar duas atrações locais: uma é o programa de auditório “12 Corações”, por supostamente exibir “obscenidades, simplificando a relação amorosa como mera genitalidade, ao expor homens e mulheres como mercadorias, onde as pessoas se beijavam sem ter nenhum vínculo afetivo”. Ainda justificando que poderia “deformar” a mente de crianças e adolescentes; já a segunda e mais marcante foi a novela colombiana “Chepe Fortuna”, por fazer sátiras a Chávez e ao país. Na trama havia uma secretária chamada ‘Venezuela’, de caráter duvidoso e envolvida em maracutaias, que não se entendia bem com sua irmã ‘Colômbia’, uma alusão à rivalidade entre as duas nações durante o governo do colombiano Álvaro Uribe. Em um dos capítulos, ‘Huguinho’, o cachorrinho de estimação de ‘Venezuela’ teria desaparecido. Foi então, que ela teria se perguntado o que seria dela sem seu bichinho, cujas falas estão no primeiro parágrafo desta matéria.
Ironicamente, Hugo Chávez teria recebido um prêmio de “liberdade de expressão”, na categoria Presidente Latino-americano, em março deste ano, na Argentina. No entanto, o motivo seria bem simples: pelo fato de ele estar apoiando a reeleição de Cristina Kirchner.
Hugo Chávez é o principal promovedor da política neossocialista da América Latina, tendo disseminado seus ideais em países, como: Bolívia (de Evo Morales), que criou no ano passado uma lei de antirracismo, em que dois artigos sinalizariam uma censura à liberdade de imprensa; e Equador (de Rafael Correa), cujo presidente está atualmente processando o jornal local “El Universo”, por suposta difamação, ao referi-lo como um “ditador”, mesmo sem citar o nome dele. Em 2009, por exemplo, o canal equatoriano “Teleamazonas” teria ficado três dias fora do ar, por ter divulgado informação supostamente falsa. Caso o líder venezuelano não fosse reeleito, sua política enfraqueceria os governos citados, deixando ainda mais “ilhado” o regime cubano.
Hugo Chávez é o principal promovedor da política neossocialista da América Latina, tendo disseminado seus ideais em países, como: Bolívia (de Evo Morales), que criou no ano passado uma lei de antirracismo, em que dois artigos sinalizariam uma censura à liberdade de imprensa; e Equador (de Rafael Correa), cujo presidente está atualmente processando o jornal local “El Universo”, por suposta difamação, ao referi-lo como um “ditador”, mesmo sem citar o nome dele. Em 2009, por exemplo, o canal equatoriano “Teleamazonas” teria ficado três dias fora do ar, por ter divulgado informação supostamente falsa. Caso o líder venezuelano não fosse reeleito, sua política enfraqueceria os governos citados, deixando ainda mais “ilhado” o regime cubano.
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