Buscador completa 14 anos e se vê mergulhado numa onda de tentativa de censura ao site You Tube Imagem: Google / Reprodução Buscador...
Buscador completa 14 anos e se vê mergulhado numa onda de tentativa de censura ao site You Tube
Imagem: Google / Reprodução
Buscador comemorando o aniversário |
Censura eleitoreira
O maior buscador do mundo, o Google, está fazendo 14 anos nesta quinta-feira (27/9). No entanto, o atual momento não é de total comemoração, uma vez que a empresa se vê diante de uma onda internacional de tentativa de censura ao seu site de vídeos You Tube. Falando de dentro para fora, ou seja, do Brasil para o exterior, é importante mencionar que um de seus diretores na filial paulistana, Fábio José Silva Coelho, foi detido para interrogatórios pela Polícia Federal, na última quarta-feira (26), por crime de “desobediência”, conforme artigo 347 do Código Eleitoral. O juiz da 35ª Zona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul (TRE-MS), Fábio Saad Perón, tinha decretado recentemente sua prisão, por causa de um vídeo que não foi retirado do ar, que acusava o candidato a prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP-MS), de supostamente só ter reconhecido o filho já alguns anos depois, quando a mãe buscou os direitos na Justiça, entre outras coisas. A companhia estadunidense tentou habeas corpus para o funcionário, mas o mesmo lhe foi negado, e também informou que não era responsável pela inclusão de vídeos, e que apenas oferecia uma plataforma aos usuários. Já nesta quinta-feira (27), o magistrado voltou em sua decisão, e liberou o executivo. A detenção do Fábio Coelho foi criticada pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI). “A ABI considerou ilegal a prisão de Fábio Coelho, que, como diretor do Google, não teve qualquer intervenção na divulgação das supostas ofensas, já que esse site de buscas apenas veiculou no You Tube mensagem de responsabilidade de terceiros. Quanto a estes, não caberia qualquer medida restritiva da liberdade individual, nem da liberdade de informação, em respeito à Constituição da República”, divulgou a entidade jornalística.
Já no último dia 14 de setembro, o juiz 17ª Zona Eleitoral de Campina Grande do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), Ruy Jander Teixeira da Rocha, tinha decretado a prisão de outro executivo da empresa, Edmundo Luiz Pinto Balthazar, também com base no artigo 347 do Código Eleitoral. Porque o Google não atendeu por duas vezes sua ordem de retirar do You Tube um vídeo que fazia sátira ao candidato a prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues (PSDB-PB). O político tinha solicitado a exclusão do material, depois que errou o significado de uma sigla durante um programa eleitoral, por causa disso um vídeo com a fala do personagem mexicano “Chaves” foi feito, com a seguinte fala: “Que burro, dá zero pra ele”. O Prazo era de 24 horas para que o material começasse a desaparecer do portal, e a multa por desobediência, R$ 5 mil por dia. Todavia, o Google conseguiu um habeas corpus, evitando a detenção desse funcionário.
O inciso IV, do artigo 5° da Constituição Federal diz que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Já o inciso IX do mesmo artigo complementa: “é livre a expressão da atividade intelectual artística, científica e da comunicação, independentemente de censura ou licença”. Contudo, parece que não valem para a internet. A tentativa de censura a certos vídeos, especialmente o do caso do político peessedebista, foi extremamente infantil, porque em nenhum momento ofendeu a sua honra. Apenas aproveitou-se de uma falha dele para fazer uma brincadeira. Ele acabou “aparecendo” muito mais do que se tivesse ficado na dele, chamando atenção para si. E mesmo gerando uma publicidade “negativa”, conseguiu gratuitamente ser citado na mídia a nível nacional e divulgar sua campanha num espectro muito maior.
Certos casos de censura eleitoreira, quando de fato não existem fundamentos, podem comprometer a democracia e o livre direito à informação, principalmente quando o eleitor precisa conhecer melhor seus candidatos. Não adianta ter lei de Ficha Limpa se o passado supostamente sujo de alguns políticos não puder ser exibido.
Na última terça-feira (25), OPINÓLOGO tentou entrar em contato com a empresa que faz a assessoria de comunicação do Google Brasil, mas ela não teve a gentileza de retornar.
Retirada dos vídeos que ofendem o profeta Maomé
Após um pedido da União Islâmica do Brasil, o país se soma aos demais do Oriente Médio que exige que o filme “Inocência dos Muçulmanos”, que ofende o profeta Maomé, seja retirado do You Tube. A decisão partiu do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), na última terça-feira (25), que deu prazo de até 10 dias. Em caso de desobediência, a multa será de R$ 10 mil por dia. O material, que narra o profeta como um mulherengo, começou a ser exibido no início deste mês. Desde então, sua exibição vem causando uma onda de protestos por toda a comunidade muçulmana. Inclusive, sendo um suposto motivo para o assassinato do embaixador norte-americano na Líbia, Christopher Stevens, no último dia 11 de setembro, depois que a embaixada foi invadida por homens que atearam fogo e bomba. Ele teria morrido sufocado. Mesmo a Casa Branca – sede do governo dos EUA – tendo pedido ao gigante da web a exclusão do material, este se nega a fazê-lo em nome da liberdade de expressão. Alguns países, como a Arábia Saudita, ameaçaram bloquear a página do site de vídeos, se o material que é considerado uma blasfêmia não for retirado.
Toda religião deve ser respeitada, não apenas porque está escrito na Constituição ou na Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, mas, por ser algo que deve estar na consciência de cada pessoa. Para assim tornar o mundo mais tolerante e que haja paz entre os povos. Entretanto, nada justifica os ataques às oficinas dos Estados Unidos no exterior como desculpa de protesto. Isso tem outro nome: terrorismo. Aqui no Brasil, por exemplo, católicos, evangélicos e espíritas – todos são cristãos – criticam uns aos outros, sem generalizar. Nem por isso, cometem barbáries como as vistas nos jornais. Para isso, existe a Justiça, local adequado a recorrer contra qualquer tipo de preconceito.
Segundo a ONG Avaaz, apenas 0,001 a 0,007 do total de um bilhão e 500 milhões de muçulmanos é que estariam de fato protestando, e de maneira pacífica. As revoltas teriam se tornado mais agressivas, porque, supostamente, um grupo de extrema direita denominado “Salafistas” teria se aproveitado dessa oportunidade para “espalhar o ódio e demonizar os inimigos de sua ideologia”.
Ao Google, um duplo parabéns: pelo aniversário e por sua postura em favor da liberdade de expressão.
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