Imagem: Agência Brasil / Reprodução / Creative Commons Caos em Xerém, Duque de Caxias/RJ Até São Pedro já marcou em sua agenda, que t...
Imagem: Agência Brasil / Reprodução / Creative Commons
Caos em Xerém, Duque de Caxias/RJ |
Até São Pedro já marcou em sua agenda, que todo o início de ano chove torrencialmente no Brasil, em especial nos municípios fluminenses. Só falta saber se nossas autoridades também já fizeram o mesmo. Porque todos os anos são sempre as mesmas coisas: imóveis inundados, destruídos e danificados, e gente morta, ferida, desalojada, desabrigada e por aí vai...
Duque de Caxias e Angra dos Reis são os mais afetados
Imagem: Agência Brasil /
Reprodução / Creative Commons
Estragos em Xerém |
Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por exemplo, é a cidade mais afetada até o momento, principalmente no distrito de Xerém: uma pessoa morta, mil pessoas desalojadas e outras 276 desabrigadas. Ainda tem uma que está desaparecida, conforme balanço parcial publicado pela Defesa Civil estadual, nesta sexta-feira (4/1). 45 casas foram destruídas e outras 200, danificadas, depois que os rios Capivari, Inhomirim e Saracuruna transbordaram esta semana, alagando ruas. Só nessa região, o volume de chuva que caiu em 24 horas, de 208 mm, é equivalente ao esperado para todo o mês de janeiro. Vale lembrar que ainda é dia 4 de janeiro. Em algumas partes do bairro, o nível da água chegou bem próximo dos telhados das casas. As autoridades estão recomendando aos desabrigados, que se dirijam até à Igreja Wesleyana, em Xerém, para buscar abrigo.
Esse município fluminense ainda tem outro agravante: a falta de coleta de lixo nos últimos três meses pode ter contribuído para as enchentes. O acumulo de sujeira ocorreu durante a gestão do ex-prefeito Zito (PP), que se encerrou, ainda bem, na última terça-feira (1/1). O novo mandatário Alexandre Cardoso (PSB) já tinha começado a trabalhar antes mesmo de ocupar o cargo oficialmente, promovendo mutirões para a retirada dos detritos. Caxias foi entregue ao caos, com os mais variados problemas registrados na antiga administração e que estão sendo investigados pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). O novo líder, formado em Medicina, terá que provar que é um bom médico para cuidar da saúde – em todos os sentidos – de Duque de Caxias.
Pelas imagens que se vê, parece que a região foi virada do avesso. A cidade completou 69 anos, no último dia 31 de dezembro. Todavia, não há o que comemorar, infelizmente!!!
Imagem: Subsecretaria de Comunicação Social da
Prefeitura de Angra dos Reis / Reprodução
Transtornos também em Angra dos Reis/RJ |
Angra dos Reis, na Costa Verde, também foi bastante afetada: pelo menos três feridos, 320 pessoas desalojadas, 160 desabrigadas e outras 2.380 evacuadas. Nove casas foram destruídas e outras 38, danificadas. Por prevenção, outras 85 residências foram interditadas, sendo que existem 150 vistorias a serem feitas, segundo a Prefeitura. O pluviômetro marcou 212 mm chuva em apenas 24 horas, também o estimado para todo o mês corrente.
Tanto Duque de Caxias quanto Angra dos Reis estão recebendo doações de alimentos não perecíveis, água, roupas, produtos de higiene, colchonetes e roupas de cama. O primeiro, em algumas unidades da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), nos seguintes endereços:
Serviço Social da Faetec: Rua Clarimundo de Melo, nº 847, Quintino Bocaiúva – Rio de Janeiro
Cetep Duque de Caxias - Rua Pastor Belarmino Pedro Ramos, 89 - Centro - Duque de Caxias
ETE Imbariê - Rua Almirante Cochrane, s/nº - Santa Lúcia - Imbariê - Duque de Caxias
Cetep Xerém - Estrada do Xerém, 2001 - Xerém - Duque de Caxias
CVT Parque Muísa - Av. Presidente Kenedy, 10.036 - Parque Muísa - Duque de Caxias
O Ministério de Integração Nacional, em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, doará mil cestas básicas com mantimentos aos desabrigados caxienses. Cada cesta é capaz de atender a cinco pessoas de uma mesma família.
Já o segundo município, no Colégio Estadual Dr. Artur Vargas, na Rua Coronel Carvalho, n° 230, no Centro.
Imagem: Agência Brasil /
Reprodução / Creative Commons
Mais destruição em Xerém |
Outras cidades fluminenses também foram afetadas, mas por sorte não tanto como Caxias e Angra: Belford Roxo, Mangaratiba, Nova Iguaçu, Petrópolis, Seropédica e Teresópolis. Nova Friburgo, que já sofreu as conseqüências das chuvas no ano passado está em alerta.
Nesta quinta-feira (3), o governador Sérgio Cabral determinou a criação de um Gabinete de Crise no Centro Estadual de Gestão de Desastres (Cestad), na sede da Defesa Civil estadual, na Praça da Bandeira, para acompanhar os problemas no estado.
Da responsabilidade
Não se pode simplesmente culpar a natureza pelos estragos que já se tornaram comuns à população brasileira. Existe uma responsabilidade que precisa ser atribuída aos nossos governantes, sem generalizar, que não promovem uma política efetiva para tentar minimizar os transtornos, como por exemplo, proibir que se jogue lixo nas ruas, embora devesse ser de consciência, como já acontece nos países civilizados. Mas, infelizmente não é o nosso caso!!! Também é preciso prevenir e investir em obras de infraestrutura, e não atuar apenas em situações emergenciais.
O cidadão brasileiro já está fadado a conviver com um ciclo vicioso: o de sempre atribuir-se a responsabilidade aos antigos governantes, que também culpam seus antecessores, daí por diante. Já passou da hora de se olhar para frente e não deixar que tais falhas se repitam.
De acordo com o site Leitura Subjetiva – do mesmo jornalista de OPINÓLOGO –, as enchentes de janeiro de 2011, na Região Serrana, registraram pelo menos 809 mortos, cifra superior ao de mortos no terremoto de fevereiro de 2010, no Chile, por exemplo, que registrou 802. A diferença entre os dois casos é que no primeiro se poderia ter evitado os óbitos, já no segundo, não.
Também não é a primeira vez que, Angra dos Reis se vê afetada pelas fortes chuvas de verão: em janeiro de 2010, por exemplo, pelo menos 50 pessoas morreram. O município fará 511 anos, no próximo domingo (6). Ao mesmo que tempo que aniversaria, relembra a perda dos cidadãos há três anos.
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