Além de Campo Grande, outras quatro unidades serão fechadas; grupo pede moratória da dívida à Receita Federal por 15 anos. O total de p...
Além de Campo Grande, outras quatro unidades serão fechadas; grupo pede moratória da dívida à Receita Federal por 15 anos.
O total de pessoas demitidas pelo grupo Galileo Educacional, no Rio de Janeiro, no mês passado, chegou a 122, sendo 64 docentes da UniverCidade, 46 docentes da Universidade Gama Filho (UGF) e 12 funcionários administrativos da UGF. Desses 46 da Gama Filho, 22 seriam médicos vinculados ao Hospital São Bernardo, administrado pela instituição. A quantidade de demissões é mais que o dobro divulgada, recentemente, por OPINÓLOGO.
As demissões pegaram professores e alunos de surpresa, uma vez que a nova direção havia se manifestado em uma circular, em novembro passado, dizendo que não ocorreriam demissões em massa em 2012.
Na próxima segunda-feira (7/1), o grupo educacional negociará com o sindicato dos professores (Sinpro-Rio) a homologação dos demitidos, segundo a Associação dos Docentes da Gama Filho (ADGF), que teve uma reunião, nesta sexta-feira (4), com os gestores para discutir os atrasos salariais que continuam ocorrendo. No entanto, a entidade sindical pretende questionar no Ministério Público do Trabalho (MPT), na audiência do próximo dia 17, as demissões recentes, segundo o blog “Professor Brasileiro”.
Unidades fechadas
Além da unidade Campo Grande, vinculada à UniverCidade, sabe-se que pelo menos outras quatro também serão fechadas: Carioca e Praça XI – ambas no Centro –, Freguesia e Méier. Ainda, conforme dito pela ADGF, o funcionamento das mesmas seria inviável ao novo plano de negócio elaborado pela gestora, para tentar recuperar as duas faculdades.
Esse plano de negócio estaria dividido em três partes: 1) O acesso ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies), apresentado à Receita Federal no último dia 2 de janeiro, para solicitar uma moratória de 15 anos; 2) ações de reestruturação para redução de custos, que se refere diretamente ao não funcionamento dos campi mencionados e dos empregados demitidos; 3) ações prospectivas para melhoria da qualidade acadêmica, o que inclui planos pedagógicos e convênios de bolsas parciais de estudos a associações sindicais e seus dependentes.
O Proies é um programa que permite o pagamento de até 90 por cento das instituições de ensino superior com o governo federal, em troca de concessão de bolsas de estudos por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), do Programa Universidade para Todos (Prouni), do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo.
Vale à pena mencionar que, apesar dos rumores sobre o suposto encerramento da unidade Candelária, da Gama Filho, que ela continuará funcionando, segundo a ADGF.
Funcionamento de hospitais
Uma das dores de cabeça dos alunos de Medicina, da Gama Filho, era a questão do convênio com a Santa Casa da Misericórdia. Ao que parece, será mantido Já no Hospital São Bernardo, funcionarão três unidades, a primeira de transplantes, a segunda de trauma e a terceira para casos gerais. E na unidade Ipanema, da UniverCidade, o curso de Odontologia lecionado pela UGF.
Dinheiro
Agora, o assunto que mais interessa aos funcionários: dinheiro. Mais uma vez, o pagamento do 13° salário de 2012 foi empurrado para a próxima quinta-feira (10). Primeiramente, o mesmo foi prometido integralmente para o dia 20 do mês passado. Contudo, devido a um “erro no fluxo financeiro” foi adiado para o dia 28 daquele mês. Chegou a data e os professores foram novamente surpreendidos que o mesmo poderia ser depositado no dia 4 de janeiro.
Quanto ao pagamento de dezembro passado, foi acordado entre a Galileo Educacional e a ADGF, que o mesmo seria pago em duas parcelas: a primeira no dia 15 de janeiro, e a segunda no dia 30 também deste mês. O recebimento deste ficaria condicionado à atualização de cadastro que os docentes precisam fazer, informou a Associação.
“Eu não acredito em mais nada, que nos paguem nas datas prometidas. Eles [os gestores] prometeram antes e não cumpriram. Agora não temos como fazer greve para pressioná-los, porque todo mundo está de férias. Vão pagar a gente quando quiserem, e provavelmente lá pra semana que começar as aulas vão depositar alguma coisa na nossa conta, para que a gente trabalhe”, comentou ao OPINÓLOGO um docente, que se disse “indignado” e que contava com a grana para pagar dívidas.
“Em relação aos 1/3 de férias de 2011 e aos 1/3 de férias de 2012, foi informado que até quarta-feira, 11/01/2013 a direção da Galileo informará à direção da ADGF o fluxo para o pagamento deste direito dos docentes”, informou a Associação da Gama Filho.
“Os diretores da ADGF expressaram a indignação dos professores com as sucessivas mudanças de datas aprazadas para os pagamentos, em especial com a do 13º salário, que sofrera, até 4/1/2013, três alterações. Ademais, destacaram que há por parte dos docentes apreensão relativa à condução acadêmica do ano de 2013, conquanto não existam ainda informações sobre vestibular, alocação das unidades em funcionamento, processos de participação da comunidade docente na condução da vida acadêmica (...)”, expressaram os representantes da Associação da Gama Filho.
Também no próximo dia 7 de janeiro, o grupo gestor discutirá com o Sinpro-Rio a questão do pagamento da 5ª cota, referente ao 13° de 2009.
No que diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), este estaria sendo negociado com a Caixa Econômica Federal (CEF).
“O conjunto das demais pendências da UGF com os docentes, que foi apresentada à diretoria da Galileo, será negociada na primeira semana de março”, complementou a ADGF.
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