MEC suspende autonomia do grupo Galileo Educacional; estudantes da UGF e da UniverCidade fazem manifestação, fechando três das cinco pistas...
MEC suspende autonomia do grupo Galileo Educacional; estudantes da UGF e da UniverCidade fazem manifestação, fechando três das cinco pistas da Avenida Rio Branco, na Cinelândia.
Na Justiça Federal
Imagem: OPINÓLOGO /
Diego Francisco
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A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), representada pelos deputados Paulo Ramos (PDT-RJ) e Robson Leite (PT-RJ), protocolou, por volta das 12h40 desta quinta-feira (21/3), uma ação civil pública na Justiça Federal, para que o Ministério da Educação (MEC) fizesse uma intervenção no grupo Galileo Educacional, no centro do Rio. Ambos parlamentares são presidente e relator, respectivamente, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidades em instituições de ensino superior (IES) fluminenses.
Em uma rápida conversa com o OPINÓLOGO, Robson Leite explicou que ‘não estava inventando a roda’, mas tomando uma providência que já deveria ter sido feita há bastante, antes que a situação da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) piorasse ainda mais. Ele ressaltou que o pedido de intervenção na mantenedora estava sendo feito antes mesmo da conclusão do relatório da CPI, em decorrência dos problemas que afetam toda a comunidade acadêmica. O documento poderá estar pronto no início do próximo mês, visto que as audiências foram interrompidas por pelo menos 30 dias.
Imagem: OPINÓLOGO /
Diego Francisco
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A ação foi encaminhada à 14ª Vara da Justiça Federal. Enquanto a juíza Dra. Claudia Neiva analisa o requerimento, os parlamentares e a comunidade acadêmica aguardam ansiosos uma liminar que autorize o processo de intervenção.
O evento na Justiça Federal foi acompanhado por uma manifestação (fotos) composta por pelo menos 150 estudantes das duas IES, alguns professores, entre outras personalidades, tais como: o presidente do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), Wanderley Quedo, e do Sindicato dos Médicos do RJ (SinMed RJ), Jorge Luiz do Amaral (conhecido na universidade como Bigu).
Logo após protocolar a ação judicial, os deputados Robson Leite e Paulo Ramos, discursaram para a multidão (vídeo), e disseram que a questão dos docentes das duas IES – tratada na CPI da educação – poderia também ser levada para a CPI do trabalho, junto com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Vídeo: OPINÓLOGO / Diego Francisco
Discurso intermediado pelo presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-RJ), Igor Mayworm.
Três das cinco pistas da Avenida Rio Branco, na região da Cinelândia, ficaram ocupadas por manifestantes por mais de uma hora, pelo menos. De imediato, chegaram dois policiais numa patrulha para averiguar o que acontecia. Alguns estudantes os relataram os motivos dos protestos, desde então, acompanhando até o fim do evento. Logo, a avenida apresentou um grande congestionamento. Mas, nesse caso nem se pode culpar aos universitários, porque as principais vias de acesso da ‘Cidade Maravilhosa’ costumam ficar engarrafadas a qualquer hora do dia. É impressionante!!!
Imagem: OPINÓLOGO /
Diego Francisco
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“Ô MEC eu quero, ô MEC eu quero, ô MEC eu quero estudar, intervenção, intervenção para eu poder me formar”. Essa foi uma das musiquinhas cantadas durante o evento no mesmo ritmo de ‘Mamãe eu quero’. Pode-se dizer que, certos estudantes são bem criativos para inventar canções!!! Seus criadores estão no emprego errado. Teriam uma boa carreira como compositores, por exemplo!!!
Durante todo o protesto, alguns estudantes da UGF arrecadaram doações no intuito de conseguirem alugar pelo menos dois ônibus, para que possam fazer também uma manifestação na capital federal. O manifesto começou por volta do meio-dia e se encerrou às 15h50. A ideia era sair dali e continuar em frente ao prédio da mantenedora, na Rua Sete de Setembro, a alguns quarteirões. No entanto, o povo já não tinha mais tanto pique, estava cansado e com fome, sem contar o desgaste emocional com toda essa situação.
Autonomia tirada
Um despacho da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) publicado no Diário Oficial da União (DOU), nesta quinta-feira (21), suspendeu a autonomia do grupo Galileo Educacional e determinou no prazo de 10 dias, que o mesmo apresente uma série de informações, tais como: plano de reestruturação administrativa e acadêmica; detalhamento de sua atuação e da Chancelaria nas duas IES, incluindo normas e estatutos vigentes; se há previsão de demissões e de fechamento de novas unidades; as providências que a mantenedora tomará com os alunos dos campi fechados; que seja feito um recredenciamento junto ao MEC; e atualize os dados cadastrais. A medida foi comemorada pelos presentes durante a manifestação.
De acordo com o estudante de Medicina da UGF, Diogo Fuser, existem alguns tipos de intervenções. A que seus colegas querem é a administrativa, não a educacional, porque não há problema nos cursos, porém no fato de os discentes estarem pagando as mensalidades e seus professores não estarem recebendo, o que está ocasionando a greve.
E apesar dos mistérios e receios que rondam sobre como funcionaria uma intervenção, o tema já foi debatido em várias assembleias docentes e discentes. Em todas, deixando claro que poderia, por exemplo, ser criada uma espécie de comissão com os próprios professores para que administrassem as IES. Mas, por enquanto, fica só na teoria.
Nova reunião em Brasília
Sabe-se que, na próxima segunda-feira (25), representantes do Sinpro-Rio e do SinMed RJ terão uma nova reunião com o secretário Jorge Messias – da Seres, vinculada ao MEC –, no Distrito Federal, para tomarem ciência do estudo de impacto econômico solicitado pelo MEC, para avaliar as conseqüências das possíveis ações no grupo Galileo Educacional.
O eco da Medicina
Vídeo: OPINÓLOGO / Diego Francisco
Além da ‘bateria’ dos alunos de Medicina da Gama Filho durante os protestos na Justiça Federal, o eco desses discentes foi além: chegou a Brasília e atualmente está na boca de parlamentares. Se o curso não fosse um dos atingidos pela crise no grupo educacional, talvez os problemas na UGF e no centro universitário passassem despercebidos ou com pouca repercussão midiática. Embora os estudantes dessa área estejam bastante atuantes, nota-se que os comentários em geral são sempre os mesmos: as mensalidades custam em torno dos R$ 3.500 e o país sofre com falta de médicos. Aparentemente, sem criticar ou ofender, é como se tudo girasse em torno do valor pago, não da causa em si, sinceramente!!! Existem questões que vão além disso, como a dignidade humana de alunos e professores que se veem afetados ante um conflito comum: os primeiros pagam, querem ser atendidos e por trás disso há um sonho, planos para o futuro; os segundos cumprem seu papel, têm família para sustentar, mas não conseguem ver a cor do dinheiro. Receber por um trabalho não é gentileza, é direito!!!
“(...) A gente vai mudar os outros grupos do Brasil inteiro, que estão ferrando com a educação no nosso país (...); todo mundo agora conhece a nossa luta (...)”, expressou a presidente do Diretório Central Estudantil da UniverCidade (DCE-UC), Letícia Portugal.
Sabe-se que, a Associação dos Docentes da UGF (ADGF) teria uma reunião com representantes da mantenedora na tarde desta quinta-feira (21). Até o momento, nada foi divulgado.
Por volta de 1h da manhã da última terça-feira (19), OPINÓLOGO entrou em contato com o acionista majoritário do grupo, o pastor Adenor Gonçalves dos Santos, solicitando uma entrevista, mas até a publicação desta notícia não havia recebido resposta. Seria no mínimo interessante, para não dizer importante, que a empresa se abrisse ao diálogo e expusesse sua versão da história e pudesse oferecer uma satisfação convincente à comunidade acadêmica.
Greve dos funcionários administrativos
Na última terça-feira (19), apenas os que ganham até R$ 1.300 tiveram o salário de fevereiro depositado.
Diferente dos professores, que podem lecionar em outras instituições, os profissionais administrativos não têm para onde correr, já que trabalham em regime de dedicação exclusiva e em horário integral.
Greve estudantil
Os estudantes da UniverCidade, por meio de uma assembleia realizada nesta quinta-feira (21), na unidade Gonçalves Dias, no centro, resolveram também acompanhar os discentes da UGF e decretaram greve estudantil. Nesta, por exemplo, a mesma já tinha sido deflagrada na última segunda-feira (18), no campus da Piedade.
Greve dos professores
Imagem: OPINÓLOGO /
Diego Francisco
Diego Francisco
Não é novidade pra muitos que acompanham o OPINÓLOGO, que os docentes das duas IES entraram em greve no último dia 11 de março. A mesma completará duas semanas na próxima segunda-feira (25).
Sabe-se que, nos dias 25 e 26 deste mês, haverá novas assembleias para discutir a continuidade da greve. Para os da Gama Filho, no campus da Piedade; para os da UniverCidade, no Sinpro-Rio, respectivamente.
Os profissionais que ganham até R$ 4.500 tiveram em suas contas, no último dia 19 de março, apenas a primeira metade dos salários de janeiro e de fevereiro e exigem o restante de imediato para que se inicie um processo de negociação com seus patrões. Já os que recebem acima disso, a previsão é até o dia 2 de abril. Pelos planos da mantenedora, eles só receberiam a segunda metade desses meses em agosto e setembro próximos, respectivamente. Todavia, a categoria se sente insegura, alegando, por exemplo, que a empresa poderia supostamente agir de má fé e promover novas demissões no final do primeiro semestre. E também tachou a forma de pagamento de ‘indecente’ e ‘imoral’.
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