Informação atualizada em 09/04/2013, às 9h32 Os professores Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade...
Informação atualizada em 09/04/2013, às 9h32
Os professores Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), ambos no Rio de Janeiro, decidiram em assembleias separadas, na noite dessa segunda-feira (8/4), manter a greve que teve início no último dia 11 março decorrente de atrasos salariais. Com isso, se estendendo pela quarta semana. Na próxima quinta-feira (11), a mesma completará um mês.
Os professores Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), ambos no Rio de Janeiro, decidiram em assembleias separadas, na noite dessa segunda-feira (8/4), manter a greve que teve início no último dia 11 março decorrente de atrasos salariais. Com isso, se estendendo pela quarta semana. Na próxima quinta-feira (11), a mesma completará um mês.
Na UGF
Na Gama Filho, alguns docentes ainda não teriam recebido todos os valores firmados entre o grupo Galileo Educacional e a associação da categoria (ADGF). Estavam previstos para o dia 2 deste mês, 50 por cento do salário de janeiro mais 70 por cento do de fevereiro. E na última sexta-feira (5), 70 por cento do de março. Por causa disso, haverá uma nova assembleia às 18h desta terça-feira (9), no campus da Piedade.
“(...) Nós, professores da UGF, queremos que a normalidade acadêmica retorne o mais rápido possível. Temos nos esforçado para tornar possível, mesmo cedendo 1,3 salários em empréstimo compulsório, aceitando sob condições o Termo de Compromisso da Galileo, assegurar que todos os docentes da UGF recebam seu salário, porque o trabalhador é digno de seu salário.
Infelizmente, as duas últimas assembleias receberam informações de professores que ainda não teriam recebido seus salários. Para evitar novos problemas de comunicação estamos buscando, junto à Galileo, ter para a assembleia de amanhã uma listagem do banco com os pagamentos efetuados, para que não reste dúvida alguma sobre o assunto (...)”, declarou a ADGF em nota.
Na última sexta-feira (5), muitos estudantes viram dois de seus desejos frustrados: o primeiro, a volta às aulas, pelo fato de que dezenas de educadores ainda não tinham conseguido confirmar todos os pagamentos previstos. Desse modo, prorrogando a greve e contrariando também as expectativas do grupo Galileo Educacional, que teria dito a alguns veículos de comunicação que a previsão de retorno seria para esse dia 8 de abril; o segundo, o cancelamento da visita que o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) – presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados – faria ontem (8) ao campus da Piedade, para tentar conversar com representantes da gestora, porque não teria recebido uma resposta.
Na UniverCidade
Já na UniverCidade, uma comissão de professores conseguiu uma reunião com a mantenedora, nessa segunda-feira (8). Esses profissionais esperavam que o anfitrião fosse o presidente Alex Porto, no entanto foi com dos reitores, Wanderley Cantieri.
Nessa última assembleia, a categoria aprovou por unanimidade: a entrega de um documento ao grupo gestor, exigindo a reabertura das negociações; o acompanhamento do calendário de pagamentos com reparação de perdas salariais; “Reforma imediata das dependências e infraestrutura das unidades”; “participação na restauração do calendário acadêmico”; estabilidade para os profissionais até junho de 2014; e o pagamento integral dos salários a partir do mês de maio deste ano.
“Reforma imediata das dependências e infraestrutura das unidades”. Como se fará reforma – que também tem custo/despesa – se há dificuldade até para pagar os salários???
Nota-se que, os educadores do centro universitário exigem um ano a mais de estabilidade. Pois, o Termo de Compromisso sugerido pelo grupo Galileo Educacional previa até junho deste ano apenas.
Os professores também fizeram uma doação – de quase R$ 800 –, para ajudar aos discentes do diretório estudantil (DCE-UC) a arcar com as passagens de um de seus membros, Bruno Amaral, a Brasília, para tentar acompanhar a audiência que haveria entre estudantes das duas instituições de ensino superior (IES) e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, mas que não aconteceu pelo fato de este ter viajado com a presidenta Dilma Rousseff ao Ceará para a distribuição de ônibus escolares.
Uma nova assembleia foi agendada para às 18h da próxima sexta-feira (12), no Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio).
A Diretoria Executiva da mantenedora enviou, nessa segunda-feira (8), um comunicado aos docentes, dizendo que os pagamentos pendentes estariam sendo concluídos nesse mesmo dia. Segue o comunicado:
“Prezados Professores,
Pela presente, informamos que foram concluídos todos os pagamentos pendentes em razão de portabilidade, sendo assim, estamos rigorosamente em dia com o compromisso firmado.
Diante do exposto, solicitamos aos nossos digníssimos professores que voltem a lecionar imediatamente, pois a Greve gerou um quadro de inadimplência muito elevado, certamente com o retorno as aulas o mesmo será imediatamente revertido.
Por oportuno, informamos que todo pessoal administrativo irá receber o salário de março até no máximo dia 16.04, registramos que o preconizado atraso é fruto da alta inadimplência decorrente da Greve, contudo, com o retorno às aulas tudo ficará regularizado.
Muito obrigado a todos.
Cordialmente,
GALILEO EDUCACIONAL
Diretoria Executiva”
‘Rigorosamente’ não seria a palavra mais apropriada. ‘Em dia’, talvez. Porque, mesmo devido a um suposto problema ocorrido pela mudança de banco, vale salientar que, os docentes da UGF visualizaram os pagamentos previstos para o último dia 2 apenas entre os dias 3 e 4, enquanto os da UniverCidade, a partir do dia 5. Tanto é que, o ano letivo nem começou direito!!!
‘Inadimplência’, por exemplo, está descrito de forma ambígua, uma vez que só está tendo greve, porque houve inadimplência com os atrasos salariais. E mesmo sem começar a greve no quadro administrativo, os problemas já existiam.
Manifestação
Ao que parece, a Rua Sete de Setembro, n° 66, no centro do Rio, onde fica a sede do grupo Galileo Educacional, será novamente palco de mais um protesto estudantil. O mesmo está programado para às 18h da próxima quinta-feira (11).
UGF condenada a pagar décimos terceiros atrasados
Mesmo após recurso interposto pela mantenedora, a 43ª Vara Trabalhista manteve condenação à Gama Filho por dano moral coletivo aos professores, devido ao não pagamento dos décimos terceiros salários dos anos de 2008, 2009 e 2010, segundo o Sinpro-Rio. Ainda não há detalhes sobre isso, de quando os pagamentos seriam realizados nem o valor dos mesmos.
Nova reitoria no centro universitário
Na última sexta-feira (5), a UniverCidade divulgou seu novo quadro de reitores. Para essa função foi indicado o professor Álvaro Reinaldo de Sousa, doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e membro do corpo docente da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). No total, foram quatro alterações.
A ‘saúde’ do curso de Medicina da Gama Filho
“(...) O curso de Medicina é portador de algumas peculiaridades que aparentemente os alunos possuem uma certa dificuldade de entender: estudar Medicina sem prática é o mesmo que não estudar nada!
A graduação foi sucateada, estamos sem cenário de prática para propedêutica, semiologia, a grande maioria do ciclo clínico e uma porção do internato. Vamos formar médicos com sérias deficiências, vamos perder alunos para diversas universidades, nosso vestibular certamente será fechado por um bom tempo e estamos fadados ao insucesso (...)”, manifestou em nota o Centro Acadêmico Albert Sabin de Medicina da UGF (Camed).
Conforme contado por OPINÓLOGO, no último fim de semana, o representante do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro (SinMed RJ), Dr. Jorge Luiz do Amaral – conhecido como “Bigu” –, tinha dito que os professores de Medicina, principalmente os que atuam na Santa Casa da Misericórdia, não estariam animados a encerrar essa greve, por causa de pagamentos não recebidos de 2012, por exemplo. Sabe-se que, quando os demais docentes dessa IES, inclusive os da UniverCidade, receberam no último dia 7 de fevereiro a primeira metade do salário de dezembro, os dessa unidade hospitalar, nem isso. Apenas com o cumprimento desse recente Termo de Compromisso, que os da saúde estão em situação equitativa em relação aos outros professores no que diz respeito aos pagamentos deste 2013.
Aniversário
Sabe-se que no próximo domingo (14), a primeira greve feita pelos educadores da UniverCidade – desde que esta passou para aos mãos do grupo Galileo Educacional – completará um ano, quando foi deflagrada oficialmente em assembleia no Sinpro-Rio. A mesma foi encerrada no dia 23 de maio de 2012. Só que antes mesmo disso, os docentes já estavam em paralisação, que teve início no dia 9 de abril com duração até aquela assembleia.
Essa greve de 2013 é a segunda do centro universitário em menos de um ano. No entanto, a primeira da Gama Filho, desde que passou a ser administrada também pela mesma mantenedora. Ambas IES foram adquiridas por essa mantenedora no primeiro semestre de 2011.
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