Início das aulas na Gama Filho foi adiado, porque mais de 20 professores ainda não estariam com todos os pagamentos regularizados; UniverCi...
Início das aulas na Gama Filho foi adiado, porque mais de 20 professores ainda não estariam com todos os pagamentos regularizados; UniverCidade decidirá na segunda-feira, se continua a greve ou não.
Os alunos da Universidade Gama Filho (UGF), no Rio de Janeiro, terão de esperar um pouco mais para que possam iniciar as aulas. Pois, seus professores decidiram manter a greve, porque pelo menos 26 deles não teriam ainda recebido o dinheiro prometido pelo grupo Galileo Educacional, firmado por este com a associação da categoria (ADGF) por meio do Termo de Compromisso. Estavam previstos para a última terça-feira (2) os depósitos da primeira metade do salário de janeiro mais 70 por cento de fevereiro, e nesta sexta-feira (5), mais 70 por cento referentes ao mês de março. A decisão foi unânime, durante assembleia ocorrida na noite de ontem (5), no campus da Piedade. Um novo encontro desse tipo foi marcado para às 18h da próxima segunda-feira (8). Nesse meio tempo, espera-se que a situação já esteja regularizada.
Também foi dito pela ADGF, que tanto os docentes da UGF quanto os do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) só conseguiriam visualizar todo o dinheiro, no próximo dia 8 de abril, sendo que certas contas, por causa da portabilidade bancária.
A efetivação desses pagamentos é fundamental, em cumprimento à primeira etapa do acordo entre patrão e empregados, para que o ano letivo de fato se inicie. Pois, as aulas previstas para começarem no dia 18 de fevereiro, foram adiadas para o dia 4 de março. Sendo que os três primeiros dias seriam de atividades acadêmicas, tipo palestras, mostras etc. E no dia 7, quando então deveria ter começado, os docentes realizaram assembleias separadas – por IES – para organizar uma greve, que começou oficialmente no dia 11 do mês passado, seguindo os procedimentos de praxe, como divulgação em jornais de grande circulação com um prazo mínimo de 48 horas. Caso votem pelo fim da mesma, as aulas podem se iniciar a partir da próxima terça-feira (9).
Apesar de um movimento sutil de se tentar encerrar a greve, mesmo contrariando os princípios requeridos pela categoria, supostamente, por não terem sido atendidos em sua totalidade e ao mesmo tempo, os docentes da Gama Filho acharam mais conveniente esperar do que encerrá-la, para não serem forçados a começar uma nova greve. Porque o processo de reinício do movimento seria mais demorado, devido às exigências de praxe citadas acima. Uma das preocupações em relação aos discentes foi com a evasão para IES concorrentes no caso de a greve persistir por mais tempo.
Os alunos relataram a experiência que tiveram no Distrito Federal, durante a saga para tentarem falar com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, numa audiência que já tinha sido marcada com antecedência, mas foi cancelada, por causa de sua viagem a algumas cidades cearenses. Ele foi acompanhar a presidenta Dilma Rousseff na distribuição de ônibus escolares. O encontro era para ter ocorrido no início desta semana. Eles planejam voltar brevemente à capital federal continuarem buscando apoio em prol de uma intervenção por parte do Ministério da Educação (MEC).
“É uma vergonha esse ministro [Mercadante], que vai a Roma, ao Ceará, mas nunca está em Brasília”, esbravejou um professor.
“Vocês sabem que o MEC não é preparado para controlar o ensino privado!!!”, afirmou outro docente, em relação às dificuldades que estariam, supostamente, encontrando para que o órgão fIzesse uma intervenção nas duas IES, conforme solicitada pelos mesmos e também por meio de uma ação civil pública protocolada no mês passado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) junto à 14ª Vara da Justiça Federal desse estado (JFRJ).
Já o presidente do Centro Acadêmico Albert Sabin de Medicina da Gama Filho (Camed), Rafael Iwamoto, contou da suposta tentativa de resistência por parte secretário de Regulamentação do Ensino Superior, Jorge Messias, em atender uma comissão de estudantes com cerca de 70 alunos, querendo limitar a apenas cinco.
Os estudantes de Medicina também se mostraram preocupados com a questão do mandado de penhora dos elevadores e do laboratório de Medicina e de Engenharia, onde realizam parte das aulas, no campus da Piedade. Sabe-se que a penhora está avaliada em R$ 70 mil para o pagamento de uma dívida trabalhista, cujo processo tramita no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Por alguns momentos, essa assembleia parecia uma igreja: os estudantes passaram uma sacolinha para recolher doações para custear as próximas viagens ao Distrito Federal, já que tiveram despesas bem altas na última. Mesmo com contribuições do Conselho Regional de Medicina (Cremerj) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), pode-se dizer numa baixa estimativa que houve um gasto de pelo menos R$ 10 mil, isso para o aluguel de dois ônibus, sem contar alimentação, a produção de camisetas e o deslocamento entre os diferentes órgãos públicos para que pudessem participar de audiências e reuniões.
Medicina: um caso especial
Em entrevista ao OPINÓLOGO e também em discurso na Alerj, na última quinta-feira (4) – durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostas irregularidades em IES privadas fluminenses, para discutir o relatório final a ser votado –, o representante do Sindicato dos Médicos do Estado do Rio de Janeiro (SinMed RJ), Dr. Jorge Luiz do Amaral – conhecido como “Bigu” –, disse que os professores dessa área, principalmente os que atuam na Santa Casa da Misericórdia, supostamente, não estariam a favor de encerrar a greve. Esses profissionais fazem parte do quadro da UGF e estariam reivindicando o pagamento do salário de dezembro de 2011, além dos meses do primeiro semestre de 2012 que trabalharam de graça nessa instituição de saúde. É importante frisar que, quando a mantenedora demitiu centenas de docentes das duas instituições de ensino, em 2011, que dos 70 que também eram funcionários da Santa Casa, 41 deles foram readmitidos entre junho e junho do ano passado. A entidade sindical discute o pagamento pelo tempo que eles lecionaram aos alunos, para que eles não tivessem o currículo de aulas práticas prejudicado. Sabe-se que os docentes demitidos de 2011 receberam o pagamento de dezembro em três parcelas (pagas nos dias 14 de janeiro, fevereiro e março deste 2013), cujo acordo foi feito na 22ª Vara Trabalhista entre o grupo gestor e o Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), em dezembro do ano passado. Quanto ao pagamento dos demais direitos (ex.: FGTS, PIS etc.), não se tem informação até o presente momento.
Não se tem informação sobre a afirmação feita pelo Dr. Jorge Luiz do Amaral junto ao blog da ADGF, por exemplo.
Não se tem informação sobre a afirmação feita pelo Dr. Jorge Luiz do Amaral junto ao blog da ADGF, por exemplo.
Vale lembrar que, a crise no curso de Medicina foi fundamental para que pudesse chamar atenção midiática e ante as autoridades. Sabe-se que o convênio entre a Gama Filho e a Santa Casa não estaria sendo pago desde junho de 2011. Não há informação atualizada de que tenha ocorrido algum tipo de negociação entre essas duas partes.
Comissão da Câmara dos Deputados não vai mais à UGF
Foi desmarcada a visita de uma comissão independente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados à Gama Filho, no campus da Piedade, que aconteceria na próxima segunda-feira (8). Supostamente, os parlamentares não teriam obtido uma confirmação por parte da mantenedora para uma reunião.
Já na UniverCidade...
Os docentes do centro universitário também decidirão, às 18h da próxima segunda-feira (8), se continuam a greve ou não, em uma assembleia no Sinpro-Rio.
Alguns educadores dessa IES relataram ao OPINÓLOGO, que alguns depósitos bancários começaram a ser feitos a partir desta sexta-feira (5). Para os da Gama Filho, os mesmos foram liberados a partir da última quarta-feira (3), com pelo menos um dia de atraso. Segundo o grupo Galileo Educacional, o motivo teria sido uma suposta troca de banco. Mas, nunca é demais repetir que somente os educadores da UGF que tinham aceitado o Termo de Compromisso. Os da UniverCidade, não, pois queriam receber integralmente os salários de janeiro, fevereiro e março mais um terço das férias deste ano.
Sabe-se que o Diretório Central Estudantil (DCE-UC) também estaria arrecadando dinheiro para custear eventuais despesas, que estão tendo: desde a passagem de um membro, Bruno Amaral, a Brasília, na última quarta-feira (3), para a audiência que não aconteceu, à produção de cartazes, entre outras coisas.
COMMENTS