Comissão de Educação da Câmara se reúne com representantes do grupo Galileo Educacional e de entidades sindicais e estudantis Agora che...
Comissão de Educação da Câmara se reúne com representantes do grupo Galileo Educacional e de entidades sindicais e estudantis
Agora chegou a vez de os alunos do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), no Rio de Janeiro, também darem graças a Deus pelo retorno às aulas. Após 33 dias de greve, os professores decidiram voltar às salas, na próxima segunda-feira (15/4). A proposta foi votada em assembleia no sindicato da categoria (Sinpro-Rio), na noite desta sexta-feira (12). No entanto, isso não significa exatamente que tenham encerrado a greve, ao destacarem que continuarão em ‘estado de greve’. O movimento teve início no último dia 11 de março, devido a atrasos salariais. Na verdade, não seria o retorno, porém o início das aulas, visto que as mesmas estavam previstas para começar no dia 18 de fevereiro, entretanto foram adiadas para o dia 4 de março. Sendo que, os três primeiros dias seriam utilizados para atividades acadêmicas como palestras, por exemplo. Só que no dia 7 de março, os docentes paralisaram os trabalhos e fizeram uma assembleia, deliberando greve imediata. Na Universidade Gama Filho (UGF), a greve foi encerrada no último dia 9 de abril.
A próxima assembleia foi agendada para às 14h do dia 9 de maio, no mesmo local. A data foi escolhida por ser posterior a de pagamento para esse mês, cujo evento se repetirá mensalmente ao longo do ano. Em caso de descumprimento do Termo de Compromisso, eles podem parar novamente. O acordo é o mesmo ofertado aos docentes da Universidade Gama Filho (UGF), que também pertence ao mesmo grupo gestor.
Durante um discurso de aproximadamente 15 minutos, o presidente do Sinpro-Rio, Wanderley Quedo, salientou que o retorno às salas de aula não representava o fim de uma luta, pois as negociações continuariam em andamento.
Reunião da Comissão de Educação da Câmara
Imagem: DCE-UC / Rômulo Sena /
Cedida ao OPINÓLOGO
Cedida ao OPINÓLOGO
Entre os parlamentares presentes estavam: a deputada Jandira Feghali (PC do B), Alessandro Molon (PT), Celso Jacob (PMDB), Chico Alencar (PSOL), Eurico Junior (PV) e Stepan Nercessian (PPS).
Os deputados deram 10 dias à mantenedora, para que apresente em detalhes um plano de reestruturação para as duas instituições de ensino superior (IES). De acordo com o DCE-UC, o plano mostrado na reunião parecia mais uma ‘carta de intenções’, porque não havia gráficos, números, tampouco prazos e metas. O representante do SinMed RJ, Dr. Jorge Luiz do Amaral – conhecido como “Bigu” – teria rechaçado essa concessão de prazo, ao alegar que tal plano já deveria estar pronto, e disse ao observador por parte do MEC, que o órgão estaria, supostamente, sendo omisso com relação à crise, que a transferência da mantença a favor desse grupo teria sido ‘irregular’ e que o Ministério também, supostamente, escondia os documentos em relação a isso.
Vale lembrar que, em março passado, a Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior (Seres) também tinha dado 10 dias ao grupo gestor para que apresentasse uma série de documentações a respeito da mantença, mas não há informação de que já tenham sido entregues até o momento.
Ainda, segundo esses estudantes, o atual presidente do grupo Galileo Educacional, Alex Farias, teria, supostamente, dito não conhecer o passado da empresa, limitando-se a responder apenas a partir do final de 2012, quando foi adquirida pelo empresário e pastor Adenor Gonçalves dos Santos. E sem dizer quanto, afirmou que a gestora teria dinheiro suficiente para reestruturar as duas IES, ao acrescentar que os débitos trabalhistas de ambas seriam quitados ao longo deste 2013. Sabe-se que, na UniverCidade os docentes ainda não teriam recebido o 13° salário de 2007, por exemplo, enquanto na Gama Filho, de 2009 etc.
“(...) Não só Alex Porto, mas como todos os membros da Galileo presentes, estavam totalmente distraídos, alguns mexendo nos seus celulares, demonstrando total desinteresse em resolver os problemas expostos (...)”, declarou o DCE-UC.
Imagem: Ellen Lopes /
Cedida ao OPINÓLOGO
Cedida ao OPINÓLOGO
“(...) O Presidente do Camed foi o último a ter o direito à fala, repudiando o comportamento e comprometimento da Galileo Educacional em relação ao Plano de Reestruturação, haja visto que, os mesmos teriam prometido a elaboração deste mesmo plano em dezembro de 2012, postergando-o para fevereiro de 2013, e estamos em Abril de 2013 e nada foi feito. O Camed se mostrou perplexo com a afirmação dos recursos que a Galileo possuía, não sendo capaz de pagar a conta de telefone do Campus Piedade [da UGF], que se encontrava cortada até o presente momento, e também as contas de luz e água, correndo o mesmo risco serem cortadas, pois existe um atraso nos pagamentos de ambas (...)”, relatou o Diretório Estudantil da UniverCidade.
Ao final dessa reunião, alguns parlamentares discursaram para estudantes, docentes das duas instituições, que estavam do lado de fora, aguardando o resultado desse encontro. Acabou que, esses discentes se distraíram e não fizeram a manifestação marcada para a mesma data. Tal distração provocada pelos relatos de líderes estudantis aos demais colegas foi útil para que representantes da direção da mantenedora saíssem do prédio quase despercebidos. Um dos novos reitores, por exemplo, foi o primeiro a deixar o local depois da reunião, fingindo como se estivesse com muita pressa. Logo que passou pelo grupo de discentes, caminhava na maior tranqüilidade.
“Os deputados não estavam percebendo ainda que a UniverCidade também existe!!!”, concluiu o Dr. Jorge Amaral, do sindicato dos médicos, durante discurso na assembleia dos docentes dessa IES, após participar da reunião no dia anterior.
“(...) Conversando informalmente com deputados, estes afirmaram que se hoje chegamos ao ponto que chegamos, foi apenas devido à total omissão do MEC durante todo este tempo. O MEC possui sim competência e ferramentas para intervir em nossa situação. Lembrando que o MEC é um órgão que regula tanto o ensino privado quanto o público. O grupo que assumiu a mantença de nossa faculdade, chegou apenas para piorar o quadro que já não era muito bom. Precisamos urgente da intervenção e principalmente da união de todo o corpo discente e docente nessa luta (...)”, contou ao OPINÓLOGO um membro do DCE-UC, Bruno Amaral, que no início do mês foi a Brasília, junto com discentes da Gama Filho, para tentar acompanhar uma audiência com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Mas, o evento não aconteceu, porque ele teve de participar da distribuição de ônibus escolares a cidades cearenses com a presidenta Dilma Rousseff.
A mantenedora também garantiu que não haveria a fusão entre as duas IES. Em maio de 2012, o MEC autorizou apenas a mantença por parte do grupo Galileo Educacional, que à época era administrado pelo empresário Márcio André Mendes Costa. Antes de começar seu projeto de aquisições a partir de 2010, a UniverCidade pertencia ao empresário Ronald Levinsohn, e a Gama Filho, à família de mesmo sobrenome.
Na UGF
O internato para os alunos de Medicina da UGF está previsto para iniciar a partir do próximo dia 25/4, pois o calendário estaria sendo reformulado, afirmou o representante do SinMed RJ.
Em relação ao mandado de penhora a respeito de uma dívida trabalhista de R$ 70 mil, o grupo educacional a teria substituído em um dos elevadores, e informou não estar incluído o laboratório de Medicina e de Engenharia, publicou a ADGF.
CPI da Alerj
Na próxima quinta-feira (18), às 10h30, haverá a leitura do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que investiga supostas irregularidades no ensino superior privado fluminense, incluindo a UniverCidade e a Gama Filho. A mantenedora poderia responder por mais de 60 denúncias, entre elas a de apropriação indébita, pelo fato de as duas IES não repassarem juntas ao Sinpro-Rio cerca de R$ 4 milhões em contribuições sindicais nos últimos 10 anos, enfatizou o presidente desta entidade, Wanderley Quedo.
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