Informação atualizada em 25/07/2013, às 23h35 Mau tempo atrapalha reunião no MEC para discutir crise na UniverCidade e na UGF O grupo G...
Informação atualizada em 25/07/2013, às 23h35
Mau tempo atrapalha reunião no MEC para discutir crise na UniverCidade e na UGF
Mau tempo atrapalha reunião no MEC para discutir crise na UniverCidade e na UGF
O grupo Galileo Educacional – mantenedor da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), no Rio de Janeiro – enviou uma carta, nessa quarta-feira (24/7), aos estudantes que ocupam a reitoria da UGF desde o último dia 15, determinando-os que desocupem o local em até 48 horas, sob ameaça de força judicial. Segue o texto, na íntegra:
“Aos alunos ocupantes da reitoria
Considerando que um grupo de estudantes de graduação de Medicina desta Instituição de Ensino Superior ingressou na sede da Reitoria do campus da Piedade no dia 15/07/2013, solicitando a saída de todos os funcionários.
Considerando que o prédio da Reitoria é propriedade privada e está ocupada ilegalmente pelo grupo de alunos supramencionado.
Considerando que há prova inequívoca da invasão da Reitoria.
Considerando que os citados alunos apontam como pauta de reivindicação para desocupação do prédio uma lista de situações das mais diversas.
Considerando que as aulas continuam, que os alunos estão fazendo provas e que o movimento vem causando problemas a todos os discentes e impedindo os funcionários da Instituição de trabalharem.
Considerando que tal ocupação causa problemas operacionais, inclusive obstando execução do Vestibular, causando desta forma prejuízos à Instituição.
Considerando que a Mantenedora e sua mantida UGF visam a saída pacífica desse grupo e o restabelecimento pleno das atividades administrativas e acadêmica do Campus.
Considerando que o item 1 da lista apresentada pelo grupo ocupante trata da situação salarial que é assunto de discussão e tratativa já firmada entre a Mantenedora e os docentes através de suas representações.
Considerando que o item 2 da lista apresentada trata de relatório financeiro e que tais informações são de cunho sigiloso, haja vista que trata-se de instituição privada.
Considerando que o item 3 da lista apresentada requer compromisso oficial com docentes e funcionários, assinalamos que todos os funcionários, sejam docentes ou administrativos, são resguardados em seus direitos através da garantia instituída pela Consolidação de Leis do Trabalho e da Constituição Federativa da República Brasileira.
Considerando que o item 4 da lista apresentada solicita canal direto permanente de diálogo com a Galileo, reafirmamos que a Mantenedora sempre esteve à disposição e assim permanecerá.
Considerando o item 5 da lista apresentada, esclarecemos que em relação à segurança do Campus e suas imediações, já foram reiteradas solicitações de adoção de medidas de ampliação de guarda em seu entorno junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro e, junto ao Comando da Polícia Militar da região e que a vigilância e guarda do interior do Campus será reforçada.
Considerando o item 6 da lista apresentada, assinalamos que a IES mantém convênios para cenários práticos de ensino para os mais diversos cursos da Instituição e que em especial o Curso de Medicina conta com 14 cenários de ensino ativos.
Considerando o item 7 da lista apresentada, esclarecemos que não há intenção de haver retaliação.
Desta feita, considerando todo o exposto ficam V.Sas. notificadas a promoverem a desocupação pacífica do prédio da Reitoria do Campus da Piedade no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de serem adotadas todas as medidas cabíveis, sejam elas de cunho administrativo e/ou judicial.
Galileo Administração de Recursos Educacionais”
O Centro Acadêmico de Medicina Albert Sabin da UGF (Camed) repudiou a carta da gestora e acrescentou que não pretende deixar o imóvel, ao salientar também que nenhum diretor assina oficialmente o documento.
“(...)Ao nosso ver, ilegítimo, imoral, irresponsável e ilegal é a forma como a Galileo Educacional tem tratado os alunos, os professores e os funcionários desta instituição.
Ocupamos a reitoria para chamar a atenção da mídia, da sociedade civil e das autoridades para as atrocidades que a Galileo tem cometido para com toda a comunidade acadêmica. Se hoje a ocupação acontece, a principal responsável é a própria Galileo que se mostrou imoral, incompetente e irresponsável em “manter” a Universidade Gama Filho, descumprido todo e qualquer compromisso que tenha firmado tanto com alunos quanto com professores e funcionários administrativos.
Nossa intenção não é causar prejuízos à Universidade, muito pelo contrário, queremos salvá-la das garras de uma instituição que tem feito de tudo para acabar com a Gama Filho. É à Galileo Educacional que queremos atingir, e não à Universidade em si (...)”, disse.
Recentemente, os discentes haviam enviado uma lista de reivindicações aos gestores: 1) o pagamento imediato do salário de docentes e funcionários administrativos; 2) relatórios e balancetes financeiros de 2012 e 2013; 3) consolidação de compromisso de pagamento firmado entre os trabalhadores; 4) canal direto entre alunos e a mantenedora; 5) mais segurança no campus da Piedade; 6) manutenção dos convênios para a realização de aulas práticas, principalmente para internato do curso de Medicina; e 7) que não haja retaliação por parte da mantenedora aos estudantes que ocuparam o local.
Ao tentar usar força judicial, os gestores só vão conseguir chamar mais atenção para si e dar mais visibilidade aos alunos, que cada vez conquistam o apoio de políticos e sindicatos.
Reunião no MEC adiada
O mau tempo no Rio de Janeiro acabou atrapalhando a reunião da Comissão Paritária, que ocorreria, nesta quinta-feira (25), no Ministério da Educação (MEC), em Brasília, para discutir a crise que afeta o grupo Galileo Educacional. Pois, com o Aeroporto Santos Dumont, no centro, fechado para pousos e decolagens por algumas horas, alguns dos interessados não conseguiram voo, entre eles o presidente da mantenedora, Alex Porto, os reitores José Romeu, da Universidade Gama Filho (UGF), e Manoel Peixinho, do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), além de alguns funcionários das duas instituições de ensino superior (IES). Com isso, a mesma foi remarcada para as 10h da próxima sexta-feira (26).
Dos que vivem no Rio e conseguiram chegar ao compromisso, vale a pena destacar: o presidente da Associação Docente da Cidade (Adoci), Sidnei Amaral; a vice-presidente, Magna Correa; e da diretoria executiva da Associação dos Docentes da UGF (ADGF), Jorge Atílio; além dos representantes do Diretório Central Estudantil da UniverCidade (DCE-UC), Bruno Oliquerque, e da Associação de Pais dos Alunos da Gama Filho, Carlos Miranda e Maria Margareth Miranda. De Brasília, estiveram presentes: o subsecretário de Supervisão e Regulação da Educação Superior (Seres), Pedro Leitão, e assessores do deputado federal Pedro Jacob, da Comissão de Educação da Câmara. A ADGF, por exemplo, manifestou-se pela ausência do secretário Jorge Messias à reunião.
E consequentemente, a assembleia dos professores do Centro Universitário, marcada para às 10h da próxima sexta-feira (26), foi reagendada para as 14h do dia 29 deste mês, no Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio).
Um dos assuntos a ser falado é justamente o novo atraso salarial da categoria. Porque até agora, sequer viram a cor do pagamento de junho e os 33 por cento das férias de 2011, conforme Termo de Compromisso firmado em abril passado, para que esses profissionais resolvessem voltar às salas de aula.
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