Quinta-feira, 11 de julho de 2013 Imagens: Divulgação / Adaptação: OPINÓLOGO - Diego Francisco "Deitado em berço esplênd...
Quinta-feira, 11 de julho de 2013
Imagens: Divulgação /
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Adaptação: OPINÓLOGO - Diego Francisco
"Deitado em berço esplêndido" |
Dizer que o “gigante acordou”, como muitos insistem em dizer e/ou acreditar, não passa de uma mera metáfora ou no máximo de um discurso de prateleira de quem quer se convencer de que não está numa luta inútil contra “moinhos de ventos”. Cadê esse grandalhão agora??? Provavelmente, voltou ao sono profundo e ingênuo de criança. Os berros que se ouviram durante os protestos seriam como o de um bebê que acordou reclamando de estar com a fralda suja por ter feito o “número um” e o “número dois”. Alguém a limpou e ele voltou a deitar no seu “berço esplêndido”. Fica difícil não admitir que tudo o que o país viu e vivenciou no mês passado não teria sido somente por causa dos R$ 0,20 nas tarifas de transportes públicos. Nem se ouve mais falar em manifestações!!! Há quem diga que o “gigante” sequer tenha acordado. Na verdade, o barulho que se ouviu teria sido de seu ronco, nada mais.
Suplência no Senado
O simples fato de se ter algumas reivindicações atendidas não significa que todos os problemas estejam resolvidos. Certos políticos parecem tentar “sambar” na cara da sociedade, que até então não reagiu à altura. Na última terça-feira (9/7), o Senado tinha rejeitado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 37/2011, que visa reduzir o número de suplentes de senador de dois para um, inclusive proibindo que parentes de político ocupassem o posto. A mesma teve 46 votos a favor, 17 contra e uma abstenção. Todavia, era preciso pelo menos 49 votos. Já no dia seguinte (10), a Casa aprovou a PEC n° 11/2003, que trata do mesmo assunto. O texto seguirá agora para a Câmara dos Deputados. Já não é uma atitude respeitosa de um político eleito democraticamente pelo povo deixar o cargo para assumir secretarias e/ou ministérios, deixando a vaga para outro que os eleitores sequer sabe de quem se trata. Deveria haver no mínimo um comprometimento e responsabilidade de se cumprir a função, uma vez que o candidato assumiu um compromisso com seu público. Além disso, o nome do suplente é pouco divulgado.
Apenas uma observação, para que não haja confusão: existe uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 37/2011, que é do Senado, propondo diminuir a quantidade de suplentes de senador, e que estes não seja parentes; e outra Proposta de Emenda Constitucional (PEC) com o mesmo número e ano, da Câmara, que buscava retirar o poder de investigação do Ministério Público. Ambas foram rejeitadas.
Para o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), suplente do senador Marcelo Crivella – do mesmo partido, que atualmente ocupa o Ministério da Pesca –, os manifestantes não pediram o fim da suplência.
Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) propôs a votação de sua PEC n° 55/2007, que sugere eleição também para suplentes, que foi rechaçada pelo seu homólogo Roberto Requião (PMDB-PR), que a tachou de “udenista”, em alusão à União Democrática Nacional (UDN), antigo partido político de oposição a Getúlio Vargas. Tal expressão é usada até hoje para se referir a práticas moralistas, conservadoras e até mesmo de indignação à corrupção.
A farra das viagens aéreas
Nos últimos dias, a imprensa tem relatado uma série de absurdos na política brasileira, apenas mais um entre tantos. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), teria dado carona a sete pessoas da família em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), de Natal ao Rio de Janeiro, para que pudessem assistir à final da Copa das Confederações, no último dia 30/6, na partida entre Brasil e Espanha. Os mesmos retornaram ao nordeste também pela mesma 'companhia' aérea. Ele iria ressarcir os cofres públicos em quase R$ 10 mil. A Procuradoria da República do Distrito Federal iria abrir uma investigação sobre isso, noticiou o site “Zero Hora”.
Até o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, primo do presidente da Câmara, teria pego uma carona num jatinho da FAB para assistir à final da Copa das Confederações. O valor a ser ressarcido não teria sido divulgado até então.
Já o presidente do Senado, Renan Calheiros, teria usado um avião da FAB, da capital alagoana para ir ao casamento da filha do senador Eduardo Braga (PMDB-BA), em Porto Seguro, na Bahia, no mês passado. Quando o caso veio à tona, teria dito que não iria pagar, alegando direito de uso como presidente da Casa. Depois, decidiu ressarcir os cofres públicos em R$ 32 mil. No entanto, disse que consultaria o Conselho de Transparência do Senado, para que se manifestasse sobre o tema, publicou o portal “R7”.
Sobrou até para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa, que supostamente teria usado recursos da Corte para viajar ao Rio de Janeiro em voo privado para assistir à final da Copa das Confederações, no último dia 30 de junho. Ele teria residência nessa cidade. Entretanto, sua assessoria teria negado o uso da grana para tal finalidade.
Também não dá para deixar em branco as supostas viagens de Cabral [Sérgio], governador fluminense, que usaria um helicóptero do governo do Estado para levar sua família, babá e até o cachorrinho para sua casa de praia todo o fim de semana, que não é nas 'Índias', mas em Mangaratiba, na região da Costa Verde. Inclusive, ele iria trabalhar na aeronave. Ele mora no Leblon e o Palácio Guanabara – sede do governo – fica a poucos quilômetros, no bairro de Laranjeiras, na zona sul da capital, segundo a revista “Veja”. O deputado Marcelo Freixo (PSOL/RJ) entrou com uma denúncia de crime de peculato no Ministério Público Federal, improbidade administrativa no Ministério Público Estadual e na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), uma denúncia de crime de responsabilidade com pedido de impeachment, junto com o deputado Paulo Ramos (PDT-RJ).
Imagem: Marcelo Freixo / You Tube / Reprodução
Mobilização das centrais sindicais
Como muitos devem estar acompanhando, foi marcada para hoje (11) uma grande mobilização pelas centrais sindicais em várias regiões do país. A mesma, intitulada de “Dia Nacional de Luta”, tinha sido até apelidada de “greve geral”. Contudo, não se faz greve geral às 15h, quando o expediente está perto de terminar para uma grande maioria. Também não é novidade que uma ação semelhante tinha sido programada para para o último dia 1° de julho, no entanto, convertida em boato sob a alegação de que somente sindicatos teriam o poder legal de conclamar greves.
No Rio de Janeiro, por exemplo, houve protestos no centro, na região da Candelária, e também no Palácio Guanabara, sede do governo estadual.
No Rio de Janeiro, por exemplo, houve protestos no centro, na região da Candelária, e também no Palácio Guanabara, sede do governo estadual.
É bom enfatizar aqui, que em nenhum momento se está tentando desmerecer as manifestações, tampouco essa última. Porque o direito de protestar e exigir melhorias ao país, o que é legítimo e faz parte de qualquer democracia. Entretanto, observa-se uma prática ocultista de se tentar reivindicar a liderança dos eventos, já que os anteriores – feitos sem a influência direta de sindicatos e partidos políticos –, seus líderes teriam se retirado, reafirmando que brasileiro “briga” por muito pouco: por R$ 0,20. Durante quase um mês de manifestos, que começou no último dia 6 de junho, foi possível ver o rechaço das pessoas ao levantamento de bandeiras partidárias, por exemplo.
Somente a partir das próximas eleições, que será possível constatar se o tal “gigante” realmente acordou ou não. Pois até lá, o brasileiro vai viver com o estereótipo de que tem memória curta.
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Não é esquizofrenia, é indignação mesmo!!!
'Patrioti(mi)smo'
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