Rio terá dois protestos ao mesmo tempo e no mesmo bairro nessa quinta-feira

Terça-feira, 4 de fevereiro de 2014 O Centro do Rio ficará pequeno para tantos protestos, na próxima quinta-feira (6/2): às 17h, na Cande...

Terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O Centro do Rio ficará pequeno para tantos protestos, na próxima quinta-feira (6/2): às 17h, na Candelária, contra o reajuste nas tarifas de ônibus e de trem; e às 17h30, em frente a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), contra o descredenciamento da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) pelo Ministério da Educação (MEC).

Do aumento da passagem

Desde que o aumento da passagem de ônibus foi aprovado pela Prefeitura do Rio, e publicado no Diário Oficial do Município, no último dia 30 de janeiro, a população está organizando o protesto. O reajuste no Bilhete Único Carioca (BUC) é de aproximadamente nove por cento, passando dos atuais R$ 2,75 para R$ 3, cujo valor entrará em vigor a partir do próximo sábado (8). A decisão de subir a cifra foi tomada depois que o Tribunal de Contas do Município (TCM) disse que caberia à Prefeitura aumentar ou não.

Numa tentativa de buscar aceitação, a Prefeitura resolveu conceder gratuidade no transporte a universitários do Programa Universidade para Todos (Prouni) e aos que participam de programas de cotas federais. Já existe um sistema que permite a esses estudantes pagarem meia-passagem.

Até a publicação desta notícia, mais de sete mil pessoas já tinham confirmado presença pelas redes sociais.

O ato também é para reclamar da tentativa de aumento na tarifa de trem da Supervia, que atualmente está em R$ 2,90, e passaria para R$ 3. Na semana passada, por exemplo, houve protesto na Central do Brasil, quando mascarados pularam as catracas sem pagar. Três dias depois, o governo do Estado informou que não haveria o acréscimo. O evento teria sido organizado pelo movimento Passe Livre pelas redes sociais, publicou 'O Estadão'.

É a segunda vez que o governo fluminense recua de conceder o reajuste. Em junho passado, durante a onda de manifestações que tomou conta do país, aconteceu o mesmo: a tarifa de trem que subiria para R$ 3,20 continuou nos R$ 2,90. Naquela ocasião, a Prefeitura carioca também acabou suspendendo o reajuste nos ônibus. A passagem aumentaria de R$ 2,75 para R$ 2,95.

Os protestos que desencadearam outros começaram justamente por causa da elevação das tarifas de transportes públicos e por conta dos gastos para a preparação do Mundial de 2014 aqui no país.

O aumento pode ser considerado injusto, se levado em conta a má qualidade do serviço aos passageiros. Nem todos os ônibus possuem ar condicionado, por exemplo. Vários carros já estariam em péssimo estado de conservação. Quanto aos trens, vários deles também sem sistema de refrigeração e em péssimo estado de conservação, além dos inúmeros transtornos que acontecem quase que diariamente. É trem que descarrila, conforme ocorreu no último dia 22 de janeiro, noticiou 'O Dia', entre tantos outros casos que induzem a pensar por que a concessionária ainda atua no ramo.

Do descredenciamento

Por causa do evento acima, os estudantes da Gama Filho e da UniverCidade decidiram mudar o endereço da manifestação. Em vez de estar concentrada na Candelária, como das outras vezes, ficará na Alerj.

Eles reivindicam a federalização das duas instituições de ensino superior (IES), depois que foram descredenciadas pelo MEC, no último dia 14 de janeiro, sob a desculpa de 'baixa qualidade acadêmica'. No atual momento, eles aguardam o órgão divulgar as instituições concorrentes que os herdarão por meio da Política de Transferência Assistida.

Mais de 800 pessoas já tinham confirmado presença via Facebook.

O caos

Apesar da importância dessas manifestações, não dá para negar que o Centro do Rio poderá ser por um dia a capital do caos. Ambas vão acontecer a poucos quarteirões de distância uma da outra, praticamente ao mesmo tempo e em horário de 'rush', quando muita gente está saindo do trabalho. A frente da Alerj fica na Rua Primeiro de Março. O trânsito desta desemboca justamente na Candelária. Se um desses protestos não tiver local fixo, os dois poderiam acabar se encontrando. Pelo menos o dos alunos sempre foi pacífico. Já não se pode garantir o mesmo em relação ao das tarifas de transportes públicos.

O caos poderá ser reforçado, considerando as vias recentemente fechadas, ruas com sentidos alterados e obras na redondeza para os preparativos da Copa do Mundo de 2014.