Sábado, 29 de março de 2014 Assuntos como grade curricular, mensalidade e diplomação são discutidos na reunião Imagem: Adriana Mendes /...
Sábado, 29 de março de 2014
Assuntos como grade curricular, mensalidade e diplomação são discutidos na reunião
Assuntos como grade curricular, mensalidade e diplomação são discutidos na reunião
Imagem: Adriana Mendes / Para o OPINÓLOGO
Representantes das universidades Estácio de Sá (Unesa) e Veiga de Almeida (UVA) falaram sobre a transferência assistida dos alunos do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) e da Universidade Gama Filho (UGF), nessa sexta-feira (28/3), na Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), cujo presidente é o deputado estadual Paulo Ramos (PSOL/RJ). Além deste estavam presentes: o reitor da UVA, Arlindo Vianna; o reitor da Estácio, Marcos Lemos; o vice-reitor da Estácio, Vinicius Scarpi, entre outros diretores; representantes do Diretório Central dos Estudantes da Gama Filho (DCE-UGF), tais como; Domingas Pimentel, Ana Flávia Hissa e Bárbara Cardoso; ademais dos estudantes Luiz Felipe Mello e Julliene Salviano; e este jornalista que lhe escreve. OPINÓLOGO foi convidado pela Alerj a participar do encontro (fotos).
A reunião aconteceu entre às 10h30 e meio-dia, a pedido de Luiz Felipe Mello, vice-presidente do Diretório Jovem do Solidariedade (SDD), e Julliene Salviano, membro do Partido da República (PR), ambos ex-alunos da UGF que foram migrados para a Estácio durante a transferência assistida.
Matrícula e grade curricular
A discussão girou em torno de supostos e eventuais problemas enfrentados durante a matrícula, principalmente no que diz respeito à grade curricular. Segundo o reitor da Veiga de Almeida, Arlindo Vianna, o Ministério da Educação (MEC) teria enviado apenas as disciplinas dos currículos vigentes às IES do consórcio Rio Universitário (Estácio, UVA e Senac RJ), vencedoras dos editais de transferência assistida. “O MEC não deu histórico, deu um banco de dados. Não recebemos todas as informações sobre os alunos”, explicou.
“Quase mil alunos só entregaram a carteira de estudante”, continuou Arlindo Vianna, ao falar da matrícula.
“O MEC determinou que [as IES] tomassem como parâmetro o último currículo vigente”, completou o vice-reitor da Estácio, Vinícius Scarpi.
“Quando a gente foi analisar o curso de Psicologia [da UGF], nosso curso em relação à Gama Filho tem 21 disciplinas a mais”, salientou Vinícius Scarpi, quem disse que teria ocorrido uma redução na grade para adaptar-se às condições da UGF.
“O curso de Engenharia da Gama Filho tem quatro anos, sendo que o mínimo deveria ser cinco anos para obter um registro no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), não seguiu a carga horária mínima”, declarou o reitor da UVA, Arlindo Vianna, que também criticou a falta de pré-requisitos em algumas disciplinas, inclusive dando como exemplo a Odontologia da UGF.
O vice-reitor da Unesa, Vinícius Scarpi, comentou que eventuais problemas em relação às grades poderiam ser resolvidos com os coordenadores dos cursos, e que o objetivo da instituição era de que o aluno estivesse o mais rápido possível em sala de aula para não perder o semestre.
Preocupado de que problemas como esses pudessem se repetir, o deputado Paulo Ramos sugeriu que as IES tivessem grades curriculares comuns. Ele indagou se haveria algum tipo de resistência por parte do grupo Galileo Educacional – mantenedora da UniverCidade e da UGF – para repassar as informações acadêmicas às instituições acolhedoras da transferência assistida. E lembrou da liminar que determina que o grupo educacional cumprisse tal determinação, além da portaria do MEC. Apenas para complementar, somente parte dos estudantes da UniverCidade conseguiu reaver o histórico e as ementas. Já os da UGF, não há previsão de entrega até então.
A Estácio teria recebido 18 alunos para a transferência assistida que não estariam na listagem enviada pelo MEC. “Não estamos autorizados a matricular os CPFs que não estão na lista”, continuou Vinícius Scarpi.
Imagem: Adriana Mendes / Para o OPINÓLOGO
O reitor da Veiga de Almeida, Arlindo Vianna, condenou as agressões que seus atendentes vêm sofrendo por parte de alguns alunos no ato da matrícula.
Em 15 dias, Estácio e Veiga de Almeida teriam inscrito juntas cerca de oito mil discentes.
Bolsas de estudos
Ambos representantes educacionais explicaram que para conceder as bolsas de estudos aos estudantes, é preciso que se apresente algum documento comprovando tal benefício. E disseram que em certos casos as respostas seriam de que não houvesse nenhum papel.
“As bolsas estão sendo arcadas com o fundo próprio das universidades”, afirmou o vice-reitor da Unesa, Vinícius Scarpi.
“Tudo o que assumi com o Ministério [da Educação], vou cumprir à risca”, enfatizou o reitor da Veiga de Almeida, Arlindo Vianna.
Provas
208 turmas oriundas da transferência assistida começarão a ter aulas a partir do próximo dia 14 de abril, na unidade Tijuca da Veiga de Almeida, até 18 de julho. Para esses alunos, haverá um calendário de provas à parte.
Mensalidades
Qualquer diferença no valor das mensalidades poderão ser resolvidas junto às IES, tendo em vista que os editais do MEC falam em valores similares.
Do ponto de vista óbvio, nenhuma delas vai 'congelar' os valores por dois, três, quatro anos, por exemplo. Tais reajustes também teriam sido aplicados nas antigas instituições. Sobre isso, o vice-reitor da Estácio, Vinícius Scarpi, explicou ao OPINÓLOGO que o aumento poderá ocorrer a partir de 2015 com base no Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M).
Atividades extracurriculares
Para o vice-reitor da Unesa, Vinícius Scarpi, as atividades extracurriculares referentes ao primeiro semestre de 2013 podem ser recuperadas. Quanto ao segundo semestre do mesmo ano, seria preciso ver com os coordenadores para que se realizassem eventos, palestras, para que o aluno pudesse cumpri-las.
Diplomas / Certificados
Uma das preocupações dos discentes é a emissão dos diplomas e/ou certificados. Em relação a isso, o vice-reitor da Unesa, Vinícius Scarpi, disse que a Estácio e a UVA não poderiam expedir os diplomas dos estudantes que já encerraram a graduação na UGF, porque eles nunca foram seus alunos. “Seria ilegal”, sustentou.
“Para isso existir, é preciso uma portaria do MEC”, completou o reitor da Veiga de Almeida, Arlindo Vianna, à fala do representante da Unesa.
Contratação de empregados
A Estácio estaria prevendo a contratação de até 75 docentes em relação aos editais 1/2014 e 2/2014, da UniverCidade e dos demais cursos da UGF – excluindo a Medicina –, respectivamente, além de 25 funcionários administrativos.
Já a Veiga de Almeida teria contratado até o momento pelo menos 20 professores. Embora não tivesse garantido nos editais o interesse em abrir vagas para o quadro administrativo, estaria analisando tal possibilidade.
Juntos, o consórcio Rio Universitário pretende contratar pelo menos 50 educadores em cada um dos editais supracitados.
Outras informações
Para o deputado Paulo Ramos, o MEC deveria acompanhar mais o caso da transferência assistida. “A intervenção deveria ser muito mais administrativa”, criticou. Vale lembrar que ele também é o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades em IES privadas fluminenses.
Os discentes que tiverem dúvidas sobre a transferência assistida podem tirá-las por e-mail:
Unesa: duvidas.pta@estacio.br.
UVA: transferenciaassistida@uva.br.
O Senac RJ não foi convidado a participar da reunião, porque só ficou com os cursos de Rede de Computadores da UniverCidade e da Gama Filho, diferente da Veiga de Almeida e da Estácio que assumiram a maioria e têm sido alvos de queixas dos discentes.
O Diretório Central dos Estudantes da UniverCidade também foi convidado a fazer parte do encontro. No entanto, seus integrantes alegaram dificuldades de saírem do trabalho, por causa do horário.
Novos encontros poderão surgir para falar sobre o tema. A data ainda não foi definida.
Breve análise
Para o psolista, a reunião foi 'esclarecedora'. Mas, vale enfatizar que o debate poderia ter sido mais proveitoso, se os estudantes não ficassem 'dando voltas' e remoendo casos particulares que não poderiam ser resolvidos lá no momento. Mesmo que fosse para exemplificar, precisavam valer-se da necessidade de pensar a largo prazo e no coletivo.
Sobre a transferência assistida
A transferência assistida ocorreu, porque a UniverCidade e a UGF foram descredenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) sob alegação de suposta 'baixa qualidade acadêmica', no último dia 14 de janeiro.
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