UniverCidade: ex-proprietário Ronald Levinsohn chama gestores do MEC de aloprados

Terça-feira, 20 de maio de 2014 O ex-dono do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) Ronald Levinsohn ressurgiu... do nada, ao cham...

Terça-feira, 20 de maio de 2014

O ex-dono do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) Ronald Levinsohn ressurgiu... do nada, ao chamar os gestores do Ministério da Educação (MEC) de 'aloprados', em um artigo publicado no caderno Opinião do jornal 'O Globo', dessa segunda-feira (19/5). Ele criticou o descredenciamento dessa instituição e também da Universidade Gama Filho (UGF), ambas no Rio de Janeiro e que estão nas mãos do grupo Galileo Educacional.

“Quem sabe o senador Mercadante, já instalado no Palácio do Planalto, e o atual ministro da Educação, já consolidado no Ministério da Vergonha Nacional, encontrem um caminho para desfazer a atrapalhada decisão. Parece coisa de aloprados”, disse.

O empresário falou de uma suposta blindagem ao ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante, quando foi transferido para a Casa Civil, com a rapidez do descredenciamento das duas instituições de ensino superior (IES).

Ele também acusou o MEC de causar confusão no setor educacional, e que isso teria prejudicado o pagamento das debêntures de R$ 100 milhões junto ao Banco Mercantil, e os fundos de pensão Postalis (dos Correios) e Petros (da Petrobras).

Levinsohn afirmou que tanto a UniverCidade, por meio da Associação Educacional São Paulo Apóstolo (Assespa), e a UGF, pela Sociedade Universitária Gama Filho (SUGF), possuíam imóveis com valores superiores às dívidas. “A Assespa possui imóveis em valor superior a seus débitos fiscais e trabalhistas. Igualmente, a família Gama possui, em nome de sociedade constituída em paraíso fiscal, imóveis em valor superior ao débito”, comentou.

O empresário também acredita que ambas as IES poderiam retornar às suas antigas mantenedoras em uma eventual decisão judicial.

Decisão aloprada ou não, algo precisava ser feito. Professores e funcionários administrativos em greve, alunos sem aula durante meses e um ano letivo já perdido. Uma verdade que precisa ser dita, se alguém tiver coragem: essas duas IES jamais deveriam ter se juntado, tampouco a transferência de mantença deveria ter sido aprovada. Esta transferência ocorreu em maio de 2012 com o aval do MEC, cuja documentação original com a assinatura de Mercadante jamais foi mostrada, apesar dos pedidos de dois sindicatos, o dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio) e o dos Médicos (SindMed RJ). UniverCidade e Gama Filho já estavam bastante endividadas, R$ 265 milhões e R$ 260 milhões, segundo a revista 'Exame'. Somadas, chegariam a R$ 525 milhões. Como foi que o grupo Galileo Educacional conseguiu elevá-las para R$ 900 milhões em pouco mais de dois anos de gestão quando as originais levaram décadas para chegar a tanto??? Os primeiros débitos foram gerados por seus antigos donos. Professores e funcionários administrativos continuam sem salários, com décimo terceiro salários em atraso, sem o depósito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), além de outras irregularidades. Causa e efeito!

Apenas para ficar claro: a fusão nunca aconteceu. Mas, certas decisões afetavam o quadro de funcionários e de discentes dos dois lados.

O MEC tem suas falhas, sim: permitir a troca de mantença, demorar a tomar atitude e ainda por cima não ser mais enérgico quanto à entrega dos documentos aos alunos por parte do grupo mantenedor, mesmo por determinações em portarias.

O descredenciamento aconteceu em janeiro deste ano por suposta 'baixa qualidade acadêmica'.