Sexta-feira, 04 de julho de 2014 A Câmara dos Deputados não pôde votar, nessa quarta-feira (2/7), o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) ...
Sexta-feira, 04 de julho de 2014
A Câmara dos Deputados não pôde votar, nessa quarta-feira (2/7), o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 1491/2014, do deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), por falta de quórum. O texto propõe a anulação do decreto bolivariano da presidente Dilma Rousseff, o de número 8.243/2014, que criou a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema de Participação Social (SNPS). Era preciso ter no mínimo 400 parlamentares presentes, e 257 votos a favor da revogação do mesmo.
A Câmara dos Deputados não pôde votar, nessa quarta-feira (2/7), o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 1491/2014, do deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), por falta de quórum. O texto propõe a anulação do decreto bolivariano da presidente Dilma Rousseff, o de número 8.243/2014, que criou a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema de Participação Social (SNPS). Era preciso ter no mínimo 400 parlamentares presentes, e 257 votos a favor da revogação do mesmo.
A oposição tem obstruído as sessões do plenário em protesto ao decreto, que ainda está em vigor. Além disso, a ausência de deputados coincide com a corrida eleitoral, que começará oficialmente no próximo domingo (6). Muitos, provavelmente, devem estar cuidando da sua campanha.
“Não entendo por que a presidente da República quer instituir um modelo de consulta à população passando por cima do Parlamento, que é a casa de representação popular. Para mim, isso é abuso de poder e de autoridade”, declarou Mendonça Filho.
Uma das críticas em relação ao decreto é que ele não foi discutido no Congresso. “Tentei mostrar para o governo que não pode ser por decreto, então vou cumprir meu dever, como presidente do Parlamento, de tentar sustar esse decreto e seus efeitos”, disse o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Recentemente, Alves tinha solicitado ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que o Executivo enviasse um projeto de lei sobre a PNPS ao Congresso, em vez de estabelecê-la por decreto. Todavia, e ao que parece, a ideia foi rejeitada pelo ministro. A flexibilidade do presidente da Câmara em relação ao tema possui pelo menos duas vertentes: 1) tentar dar uma saída honrosa ao governo. Porém, essa teoria poderia ser descartada facilmente com a segunda; 2) dar tempo aos ditos conselhos populares a se organizarem/armarem para fazer frente ao PDC 1491/2014. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), por exemplo, convocou sua militância política, no último dia 27 de junho, a promover abaixo-assinado em apoio ao referido decreto e a pressionar parlamentares para que não colocassem em votação o texto de Mendonça Filho. Só para deixar claro: o decreto foi sancionado no último dia 23 de maio. Houve pelo menos um mês para agir com total tranquilidade. A entidade se manifestou em defesa do mesmo:
“(...) O Decreto-Lei 8.243/2014, que institui a Política e Sistema Nacional de Participação Social, promulgado em 23 de maio de 2014 pela Presidenta Dilma Rousseff, é um passo importante visando o fortalecimento dos espaços de diálogo e controle social e vem ao encontro da concepção defendida pela CUT: ampliar a participação qualificada e organizada da sociedade civil nos diversos fóruns e espaços públicos, no sentido de garantir o caráter público do Estado, a qualidade e o aprimoramento das políticas e dos serviços prestados à população.
A CUT defende que, além desse Decreto sejam dados mais passos rumo a maiores mudanças com participação popular e social e, sobretudo, com garantia e ampliação de direitos sociais, políticos e econômicos da cidadania, com políticas públicas universais e de qualidade.
A CUT está na luta pela Reforma Política através da organização de um Plebiscito Popular para a realização de uma Constituinte Exclusiva e Soberana que garanta ao povo o direito de mudar o sistema político (...)”
Nota-se que as reivindicações populares – decorrentes dos protestos que tiveram início há um ano – estão sendo, supostamente, distorcidas. Não se pediu reforma política, e sim o combate efetivo à corrupção e à impunidade, além da solução dos problemas crônicos da saúde, da educação e em tantos outros. Uma reforma política implicaria em uma nova constituição.
Outra crítica a respeito do decreto – apelidado de 'bolivariano' – é que ele cria uma espécie de sujeição dos órgãos públicos aos movimentos sociais, geralmente atrelados à linha de esquerda do governo. Em linguagem prática: os primeiros teriam que se submeter aos segundos, obrigatoriamente, na formulação de políticas públicas. O decreto é semelhante às comunas existentes na Venezuela, criadas em 2012, quando Hugo Chávez ainda era o presidente do país. Lá, os conselhos populares também atuam em decisões políticas a nível municipal, normalmente em governos simpatizantes ao falecido ditador.
Para tentar impor uma suposta democracia, a mandatária não considerou e não respeitou a opinião democrática do Congresso Nacional, local onde o tema deveria ter sido debatido.
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