Sexta-feira, 05 de setembro de 2014 Informação atualizada em 05/09/2014, às 20h54 Aluno atribui a nota baixa como represália à ação po...
Sexta-feira, 05 de setembro de 2014
Informação atualizada em 05/09/2014, às 20h54
Informação atualizada em 05/09/2014, às 20h54
Aluno atribui a nota baixa como represália à ação por ele ajuizada na qual cita diretamente a coordenadora
Imagem: OPINÓLOGO / Diego Francisco
Imagem: OPINÓLOGO / Diego Francisco
Quase oito meses se passaram desde que a Universidade Gama Filho (UGF), no Rio de Janeiro, foi descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC) sob alegação de suposta 'baixa qualidade acadêmica'. Em fevereiro passado, isto é, um mês depois, o resultado da Política de Transferência Assistida (PTA) foi divulgado. Três instituições de ensino superior (IES) foram as que teoricamente apresentaram as melhores propostas de acolhimento a alunos e funcionários: as universidades Estácio de Sá (Unesa) e Veiga de Almeida (UVA) e a Faculdade de Tecnologia (Fatec) do Senac RJ. No entanto, o que parecia ser um alívio para muitos – por saber que nem tudo estava perdido e que poderiam se formar –, se tornou uma dor de cabeça para alguns. Esse, por exemplo, é o caso do estudante de Odontologia Higor Tito (foto), que da UGF migrou para a UVA.
Higor Tito encerrou o segundo semestre de 2013 no sétimo período. Sua expectativa era de poder concluir o curso ao final do primeiro semestre deste 2014. Após levar seu histórico da UGF – não oficial – para que a nova IES o avaliasse, foi informado pela coordenação que só faltariam apenas quatro disciplinas, entre elas Clínica Odontológica IV. Em 20 de março passado, começou a estudar. Mas, seu sonho foi novamente adiado: em 10 de abril, foi surpreendido com a notícia de que houve um suposto erro em sua grade, e que teria de cursar mais um período. Ele só poderia se formar em dezembro próximo. Também lhe disseram que deveria retroceder à disciplina Clínica Odontológica III, que já havia sido cursada na Gama Filho, em vez de prosseguir em Clínica Odontológica IV. Não satisfeito, o estudante procurou sua coordenadora, professora Beatriz Tholt. De nada adiantou. O que lhe restou foi apelar para a Justiça Federal, que em 15 de abril lhe deu uma antecipação de tutela, determinando que a primeira grade curricular fosse restabelecida.
Os problemas de Higor Tito só estavam começando: também foi reprovado em sua apresentação de monografia. Sua banca original havia sido destituída de última hora e sem prévio aviso, sendo substituída por outra, entre os novos integrantes a coordenadora Beatriz Tholt. O discente alegou suposta perseguição por parte dessa professora, que teria lhe dito que 'ele não se formaria nem em dez anos'. O fato foi registrado na 18ª Delegacia de Polícia, na Praça da Bandeira, que fica próxima à unidade onde estuda.
Vídeo: OPINÓLOGO / Diego Francisco
Conforme contou, no vídeo acima, sua nota foi seis. A mínima para ser aprovado era sete. Quando estava a caminho da delegacia, Higor Tito recebeu a ligação do professor Sérgio Dias, seu orientador, quem lhe disse que a instituição daria outra chance para apresentar o trabalho. A monografia foi entregue novamente no dia 7 de agosto e até o presente momento, ele não sabe a sua nota. Sua turma de oitavo período colou grau no último dia 25 de agosto, exceto ele.
Antes de continuar, vale enfatizar que na UGF havia a disciplina Clínica Odontológica V, enquanto que na UVA, não.
OPINÓLOGO entrou em contato com a Universidade Veiga de Almeida, que lhe enviou a seguinte nota:
“A Universidade Veiga de Almeida (UVA) informa que o professor que presidiria a banca do estudante Higor Tito Sperduto precisou se ausentar por conta de um imprevisto, portanto, sendo substituído. Após a apresentação, apenas foi solicitado ao aluno que fizesse ajustes na monografia e que a mesma fosse reagendada, destacamos que a UVA repudia qualquer ato discriminatório”.
Para Alessandra Junqueira, advogada de Higor Tito, do escritório Junqueira & Santos Advogados, a UVA não teria se dado conta do 'abalo psicológico' que tem causado em seus alunos. Disse que clientes que lhe procuram estariam sob efeito de calmantes (vídeo). “O MEC deveria estar fiscalizando a transferência assistida, e não está”, criticou.
Vídeo: OPINÓLOGO / Diego Francisco
Em entrevista, a advogada Alessandra Junqueira lamentou as respostas automáticas às mensagens enviadas ao MEC e da falta do atendimento concreto diante de reclamações, por exemplo.
OPINÓLOGO também entrevistou outros estudantes, porém seus nomes não podem ser divulgados, no momento, porque a Veiga de Almeida ainda não recebeu as devidas intimações. Todos são de Odontologia oriunda da UGF. Sem se aprofundar nessa questão, eles relataram uma suposta negativa por parte da IES para que lhe deixem ver seus testes, avaliações e notas. Mais detalhes serão contados futuramente.
Breve análise
Se um aluno for ruim na monografia, significa que o professor-orientador também foi ruim em seu trabalho. Isso é fato indiscutível!!! Não se pode dizer se esse era o caso de Higor Tito. O discente passa pelo menos um a dois semestres enviando material que é revisado. Só deveria estar em banca se fosse garantia de uma boa nota. Até porque o 'expert', o especialista no tema não é o estudante. Isso evitaria constrangimentos diante de um público.
“Tudo o que assumi com o Ministério [da Educação], vou cumprir à risca”, declarou o reitor da UVA, Arlindo Vianna, em março passado, durante uma reunião na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) na qual este jornalista que lhe escreve participou. O evento foi organizado a pedido do estudante de Engenharia Luiz Felipe Couto, à época da UGF.
Na ocasião, também foi dito pelos representantes da Veiga de Almeida e da Estácio que os estudantes se formariam no mesmo período que na UGF, e se fosse preciso abririam turmas extras para compensar as disciplinas necessárias para a formação do futuro profissional.
Na proposta apresentada ao MEC pelo Consórcio Rio Universitário, que integra Veiga de Almeida, Unesa e Senac RJ, em cumprimento dos editais da PTA, a primeira falou em 'otimização' do tempo para quem estivesse no último período de Odontologia: “A IES poderá apresentar proposta que adote integralmente o currículo da instituição descredenciada, otimizando o prazo de conclusão de curso. Posteriormente, a matriz curricular poderá substituir a atualmente vigente ou ser considerada 'em extinção'”.
Na proposta apresentada ao MEC pelo Consórcio Rio Universitário, que integra Veiga de Almeida, Unesa e Senac RJ, em cumprimento dos editais da PTA, a primeira falou em 'otimização' do tempo para quem estivesse no último período de Odontologia: “A IES poderá apresentar proposta que adote integralmente o currículo da instituição descredenciada, otimizando o prazo de conclusão de curso. Posteriormente, a matriz curricular poderá substituir a atualmente vigente ou ser considerada 'em extinção'”.
Outrossim, é que a UVA poderia disponibilizar a esses alunos em término de curso atividades extracurriculares, estágios entre outras disciplinas já cursadas e/ou não concluídas em semestres anteriores para superar qualquer tipo de deficiência em sua formação com um calendário flexível.
Assim como a Gama Filho, o Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) foi descredenciado na mesma data e sob alegação similar.
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