Eleições 2014: campanha de Dilma Rousseff não poderá mais divulgar propaganda que ataca Aécio Neves com a história do aeroporto

Sábado, 18 de outubro de 2014 A campanha de Dilma Rousseff (PT), de reeleição à Presidência da República, não poderá mais exibir o prog...

Sábado, 18 de outubro de 2014

A campanha de Dilma Rousseff (PT), de reeleição à Presidência da República, não poderá mais exibir o programa divulgado na última sexta-feira (16/10), no qual afirmou que o candidato rival Aécio Neves (PSDB) fez um ‘aeroporto em terreno da família e a chave ficava nas mãos de seu tio’. A decisão, em caráter liminar, foi concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesse sábado (17/10), atendendo um pedido da coligação de Aécio Neves, Muda Brasil, que alegou mensagem ‘inverídica’ e ‘caluniosa’, com a imputação de crime de improbidade administrativa.

O pedindo de suspensão da peça publicitária foi feito diante da possibilidade de reexibição durante os dias que antecedem o segundo turno das eleições.

“(...) Ataques deste tipo prestam desserviço ao debate eleitoral fértil e autêntico e, em maior escala, à própria democracia”, enfatizou o ministro Vieira de Carvalho Neto, do TSE.

“A Corte entendeu que, mesmo dispondo os candidatos, no segundo turno, de tempos rigorosamente iguais no horário eleitoral gratuito (simetria), o espaço disponibilizado no rádio e na TV deve ser utilizado de maneira propositiva. Ou seja, não pode ser desvirtuado para a realização de críticas destrutivas da imagem pessoal do candidato adversário, nem é justo que o ofendido tenha de utilizar o seu próprio tempo para se defender de ataques pessoais em prejuízo de um autêntico e benfazejo debate político. Em suma: o espaço é público e deve ser utilizado no mais lídimo interesse público, não soando legítima, doravante, sua apropriação desmesurada”, continuou o representante do Tribunal.

Não foi a imagem pessoal do candidato que foi atacada, e sim a de governador, de pessoa pública.

Reportagem da ‘Folha de São Paulo’, de julho passado disse que Aécio Neves, quando governou Minas Gerais entre 2003 e 2010, construiu um aeroporto na cidade de Cláudio, na fazenda de um tio. É claro que a oposição não deixou por menos e o atacou pela ética, inclusive tachando a construção de ‘Aecioporto’. Dias depois, o tucano divulgou uma nota no mesmo diário, explicando que um pedaço da fazenda foi desapropriado e que a pista de pouso existia há 30 anos. Hoje há uma briga judicial contra o governo, porque o antigo dono requereu indenização de R$ 9 milhões, quando a oferta estatal foi de R$ 1 milhão.

Aécio Neves processa Dilma Rousseff

Neste sábado, o candidato peessedebista iria processar a adversária petista por supostos crimes de injúria e difamação, segundo o jornalista do ‘Uol’, Fernando Rodrigues. O motivo seria a peça publicitária da campanha de Dilma Rousseff, que diz que ele teria dificuldades de respeitar as mulheres. No spot (vídeo) mostra um momento de desentendimento entre a candidata derrotada à Presidência Luciana Genro (PSOL), em outro quando ele chama a rival de ‘leviana’ diante de certas acusações feitas contra ele. Embora haja uma tentativa notável e vergonhosa de desmoralizá-lo, alegando que ele desrespeitou a presidente da República, isso não procede. Durante o debate, não existe presidente, e sim candidato e candidata, apenas isso. Não há razão nenhuma para agir de forma submissa.

Vídeo: Coligação com a Força do Povo / YouTube / Reprodução

Em nota, o senador mineiro também contou que abriria uma representação criminal por calúnia, injúria e difamação junto à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) contra a candidata da coligação Com a Força do Povo diante das seguintes acusações: afirmação enganosa de que não foram entregues de 8 (oito) hospitais regionais no Governo de Aécio Neves; informação inverídica de que o preço da tarifa de luz no Estado de Minas Gerais é o maior do Brasil; alegação de que o crescimento do Estado de Minas Gerais foi o menor do Brasil; afirmação falsa de que o salário dos professores do Estado de Minas Gerais é menor que o piso fixado por lei; inverdade na propaganda que diz ser a redução da mortalidade infantil brasileira a menor do país; e a agressiva e injusta imputação ao candidato Aécio Neves de que processou e perseguiu jornalistas.

Ambos continuarão a batalha pela Presidência no debate que a TV Record realizará amanhã (19), às 22h30 do horário brasileiro de verão, que entra em vigor nas próximas horas.