Quinta-feira, 12 de março de 2015 Para Levy Fidelix, o 15 de março será o 'Dia D', de democracia Imagem: MBL / Reprodução ...
Quinta-feira, 12 de março de 2015
Para Levy Fidelix, o 15 de março será o 'Dia D', de democracia
Imagem: MBL / Reprodução
Com apenas um ano e seis meses de existência, aproximadamente, o Solidariedade – partido de oposição ao governo, mas que parece empacado em alguns aspectos – surpreendeu, ao lançar uma campanha para o recolhimento de assinaturas pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, nessa quarta-feira (11/3).
Endereços de atos anti-Dilma |
Com apenas um ano e seis meses de existência, aproximadamente, o Solidariedade – partido de oposição ao governo, mas que parece empacado em alguns aspectos – surpreendeu, ao lançar uma campanha para o recolhimento de assinaturas pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, nessa quarta-feira (11/3).
“(…) Nenhum brasileiro aguenta mais a corrupção, as mentiras e a incompetência do governo Dilma”, expressou o presidente da legenda, deputado federal Paulinho da Força (SP).
“A principal questão que estamos levantando é a culpa de Dilma Rousseff por omissão, imperícia, imprudência ou negligência. Na prática, o cargo que Dilma ocupava à época da compra de Pasadena [refinaria localizada nos Estados Unidos], de presidente do Conselho de Administração da Petrobras, lhe dava responsabilidade sobre as decisões da empresa e, consequentemente, sobre o prejuízo de quase 800 milhões de dólares, que a compra causou à empresa”, explicou o parlamentar, quem disse estar há alguns meses conversando com juristas e ministros, e estaria convencido de que há bases 'legais sólidas' para abrir um processo de impedimento contra a mandatária.
A refinaria, que valia US$ 42,5 milhões, foi comprada da empresa Astra Oil por mais de US$ 1 bilhão de dólares, entre 2006 e 2010, quando a líder petista integrava o Conselho de Administração da Petrobras.
Com esse abaixo-assinado, o Solidariedade se torna o primeiro partido a declarar oficialmente que está em guerra contra o atual governo.
DEM declara apoio aos protestos
O Democratas se posicionou sobre os protestos anti-Dilma que ocorrerão em várias cidades brasileiras, no próximo domingo (15/3), organizado pelo autointitulado Movimento Brasil Livre (MBL):
“A Direção do Democratas torna público seu posicionamento diante dos recentes fatos que vêm estarrecendo a opinião pública e indignando a sociedade brasileira.
1- Os movimentos de protestos que vêm ocorrendo são legítimos, dignos pelo seu caráter pacífico e, portanto, merecedores do nosso respeito.
2- Entendemos que estes movimentos apartidários devem ser compreendidos como manifestações refletidas da sociedade organizada e, portanto, merecedoras da importância e do respeito que os simpatizantes do Democratas têm pelos seus organizadores.
3- Finalmente, não podemos, como partido ou militantes, deixar de aplaudir iniciativas que só orgulham a Democracia brasileira”.
A nota é assinada pelos: presidente nacional do partido, senador José Agripino (RN); líder do Democratas no Senado, senador Ronaldo Caiado (GO); líder da legenda na Câmara, deputado federal Mendonça Filho (PE); e o líder da minoria no Congresso, deputado federal Pauderney Avelino (AM).
A nota é assinada pelos: presidente nacional do partido, senador José Agripino (RN); líder do Democratas no Senado, senador Ronaldo Caiado (GO); líder da legenda na Câmara, deputado federal Mendonça Filho (PE); e o líder da minoria no Congresso, deputado federal Pauderney Avelino (AM).
Aécio Neves: “Não proibimos e nem estamos proibidos de dizer a palavra impeachment (…)”
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) também declarou apoio 'informal' aos eventos de domingo (15):
“O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) se solidariza com as manifestações de indignação dos brasileiros diante da flagrante degradação moral e do desastre econômico-social promovidos pelo governo Dilma Rousseff.
O PSDB defende a livre manifestação de opinião e o direito à expressão dos cidadãos e, portanto, apoia os atos pacíficos e democráticos convocados para o próximo dia 15 de março em todo o país.
Mais do que uma garantia constitucional, a liberdade de pensamento e de crítica é fundamento essencial para o fortalecimento da vida democrática e o enraizamento social dos valores republicanos.
O PSDB repudia a atitude daqueles que, em nome de seus interesses partidários, cerceiam e deturpam o direito à livre manifestação, e tentam convencer a população de que a crítica aos governantes se confunde com atentados contra a ordem institucional e o Estado de Direito.
Na verdade, ao contrário de que alguns tentam fazer crer, os protestos que ocorrem nas redes sociais e nas ruas não defendem um terceiro turno, mas a rigorosa apuração de responsabilidades sobre a corrupção endêmica incrustrada no corpo do estado nacional, e cobra o abandono dos compromissos assumidos publicamente com a população. São manifestações legítimas de um país que vive em plena democracia e se posiciona perante múltiplas e graves crises.
Acreditamos que a participação popular melhora as instituições e eleva os padrões de governança pública. Por isso, o PSDB, através de seus militantes, simpatizantes e várias de suas lideranças participará, ao lado de brasileiros de todas as regiões do país, desse movimento apartidário que surge do mais legítimo sentimento de indignação da sociedade brasileira.
O PSDB reitera seu compromisso com todos os que desejam um país mais forte, íntegro, justo, solidário e democrático”.
A nota é firmada pelos: presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG); líder da legenda no Senado, senador Cássio Cunha (PB); e o líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP).
A nota é firmada pelos: presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG); líder da legenda no Senado, senador Cássio Cunha (PB); e o líder do PSDB na Câmara, deputado federal Carlos Sampaio (SP).
O senador Aécio Neves rebateu algumas acusações, tais como: de que as manifestações seriam um terceiro turno da eleição presidencial e que a oposição patrocinou o mini panelaço contra a chefe de Estado, no último domingo (8), durante seu pronunciamento pelo Dia Internacional da Mulher.
“Não podemos aceitar que queiram dizer ao país o que se pode ou não protestar. O Brasil vive no pleno estado de direito. O que combatemos é o estelionato eleitoral. É o governo que agora toma medidas no campo oposto àquelas que defendia durante a época da campanha eleitoral. Um governo que não tem sequer respeito à população brasileira para dizer que errou e errou muito ao longo dos últimos anos”, declarou o parlamentar.
“Não proibimos e nem estamos proibidos de dizer a palavra impeachment. Ela apenas não está na agenda do PSDB. Desconhecer setores da sociedade que defendem essa tese é desconhecer a realidade. Mas essa não é a agenda neste momento do PSDB”, continuou Aécio Neves numa declaração sem coerência, tendo em vista que apoiar o protesto é apoiar sua finalidade.
“É o cúmulo do ridículo dizer que o panelaço foi patrocinado pelas oposições. Nem que nós tivéssemos um crédito ilimitado nas Casas Bahia ou no Ricardo Eletro nós conseguiríamos comprar tanta panela para os brasileiros”, declarou o peessedebista.
Para o PRTB, a presidente deveria renunciar
Para o presidente do Partido Republicano Trabalhista Brasileiro (PRTB), Levy Fidelix – outro candidato derrotado à presidência na eleição passada –, o domingo 15 de março será o 'Dia D', de democracia. Para ele, a governabilidade está em risco. Sugeriu que Rousseff renunciasse para evitar um processo de impeachment.
PSOL considera o PT um 'morto-vivo'
Para Edemilson Paraná, dirigente do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), no Distrito Federal, 'é preguiçosa e rasteira as análises que correm para taxar de “elites” os descontentes com Dilma e com o governo'.
“(…) A elite 'de fato' se aproveita do momento porque aprendeu que é nas crises em que se abrem as melhores oportunidades políticas. Para o seu núcleo duro, engolir o PT foi sempre uma necessidade, nunca uma escolha entusiasmada (...)”, complementou o psolista.
“(…) Talvez a chapa esquente e o oportunismo das elites políticas e das oposições se manifeste em apostas mais arriscadas. Mas parece ingenuidade, nesse quadro, acreditar que o povo sairá em defesa de Dilma e do PT por puro legalismo. Ele pedirá mais do que isso, muito mais, para sair às ruas em nome de um governo que parece ter-lhe virado as costas. Talvez seja tarde demais (...)”, explicitou.
Ainda, segundo o dirigente socialista, se os demais partidos de esquerda apoiassem o PT, poderiam se 'afundar' junto:
“(…) Sair em defesa do governo e do PT, esse morto-vivo sem programa e direção política, no entanto, é o pior que a esquerda 'de fato' pode fazer agora. Porque, dessa forma, afundará junto dele aos olhos da população descontente. Sob pena de nunca construirmos uma alternativa progressista real e de fôlego ao atual arranjo, a hora é, como temos defendido, de puxar a corda para a esquerda, mais e mais. Apresentar soluções concretas e saídas próprias para esse dilema (...)”
“(…) Em 2013 o PT perdeu as ruas. Em 2014/15 perdeu o Congresso. Está ficando patente que, ao sacrificar os trabalhadores(as) e capital produtivo em nome da finança (o dito 1%), Dilma trai seu programa eleito nas urnas, e desagrada às maiorias, sobretudo às classes médias que, sim, carregam bastante em seus ombros (os pequenos negócios são os que mais empregam, mais pagam impostos e menos recebem incentivos no Brasil). É verdade que é dessa força vital, sobretudo, que se alimentam as elites com sede de poder. Mas não nos enganemos. O descontentamento é 'popular e de massas'. Atinge os trabalhadores(as), os precarizados/as, a base da pirâmide”.
Ministro da Justiça confunde liberdade de expressão com benevolência
O Partido dos Trabalhadores (PT), por exemplo, acusa o autointitulado movimento Vem pra Rua de convocar a população para os protestos do dia 15, por meio de vídeos que utilizam algumas imagens do material de campanha do candidato derrotado à presidência Aécio Neves.
“Em um dos vídeos, o movimento Vem Pra Rua divulga imagens de pescadores, donas de casa e pequenos fazendeiros trabalhando em uma cidade no interior do País, usadas nas propagandas eleitorais tucanas para a TV. Outro material compartilhado manipula cenas de protestos do ano passado vinculadas a uma música gravada em estúdio, convocando as pessoas para o dia 15”, explicou o PT.
Durante visita ao Acre, nessa quarta-feira (11), para participar da entrega de moradias do programa 'Minha Casa, Minha Vida' às vítimas das recentes enchentes, Dilma Rousseff falou sobre as manifestações contra ela: “Eu não tenho o menor interesse, o menor intuito, nem tampouco o menor compromisso com qualquer processo de restrição da livre manifestação neste País (…); nós temos o direito de manifestar. O que não temos o direito é de ser violentos”.
Já o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pediu que os protestos contra a presidente não fossem uma 'ação de ódio'. “O governo tem essa tolerância com as pessoas que o criticam e gostaríamos muito que essas pessoas não fizessem uma ação de ódio, de raiva”, falou o ministro, que parece confundir o direito de liberdade de expressão com benevolência.
“A tolerância é um pressuposto da democracia. O que não podemos ter jamais é uma ação de ódio em que pessoas são estigmatizadas, atacadas pelo simples fato de pensarem ou de terem alinhamentos ideológicos e políticos”, criticou Cardozo.
Ato pró-Dilma
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) planeja, para amanhã (13), uma manifestação em apoio a Rousseff e 'em defesa da Petrobras', na Avenida Paulista, em São Paulo. Além do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), participarão algumas outras centrais sindicais.
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