Domingo, 17 de maio de 2015 Parlamentar poderá recorrer ao Congresso Nacional Por 54 votos a favor e um contra, o Partido Socialism...
Domingo, 17 de maio de 2015
Parlamentar poderá recorrer ao Congresso Nacional
Por 54 votos a favor e um contra, o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) decidiu expulsar o deputado federal Cabo Daciolo (RJ). A votação ocorreu nesse sábado (16/5), após parecer da Comissão de Ética da legenda.
“Todo o poder emana de Deus!
Não recebi com alegria a notícia de minha expulsão pelo Diretório Nacional do Psol. Fui eleito com 49.831 votos, numa campanha desacreditada pela maioria dos militantes psolistas. Não tive tempo de TV e os recursos financeiros foram escassos. Mesmo assim, diante da especulação negativa de que seria derrotado nas ruas, Deus, o Todo-poderoso, honrou a nossa fé e o empenho voluntário, aguerrido, das pessoas que acreditaram genuinamente em nossa proposta.
O meu desejo é permanecer no Psol. Sempre foi. Quando fui suspenso, apresentei minha defesa, sem abrir mão dos pontos que defendo, mas expressando a minha sincera vontade de continuar filiado. Hoje não é um dia para se comemorar. Todavia, a minha confiança está no Senhor e nos seus desígnios. A vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2). A Bíblia, o meu único manual de fé e prática, diz que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus. Nunca me envergonharei em declarar que Deus vem em primeiro lugar na minha vida. Todo o poder emana de Deus.
O Psol me perseguiu, desrespeitou a minha liberdade religiosa e não permitiu que eu pudesse discutir as minhas propostas junto ao partido. Fui discriminado. Mesmo assim, eu os perdoo. Não levo mágoas comigo. Jesus me ensinou a perdoar.
Para encerrar, quero reiterar que em qualquer partido político irei honrar a minha fé e defender os militares. Militar também é cidadão.
Para encerrar, quero reiterar que em qualquer partido político irei honrar a minha fé e defender os militares. Militar também é cidadão.
Sigo em frente, de cabeça erguida, sabendo que Deus está no controle. O trabalho não vai parar. Vamos honrar cada voto. Juntos somos mais fortes”, lamentou o parlamentar.
Em março passado, o ex-bombeiro tinha sido suspenso a pedido do Diretório fluminense, que alegou posturas incompatíveis: ele criticou que os policiais acusados no desaparecimento forçado e suposto homicídio do pedreiro Amarildo Souza estejam há um ano e sete meses em prisão preventiva; e apresentou na Câmara a tal 'PEC dos Apóstolos', instando modificação no parágrafo único do Artigo 1º da Constituição. Onde se lê 'todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição', seria substituído para: 'todo o poder emana de Deus, que o exerce de forma direta e também por meio do povo e de seus representantes'.
Apesar de ter sido orientado pelo partido a não levar adiante o referido projeto, Daciolo não deu ouvidos. Não se pode afirmar se foi proposital ou não, mas justo no momento em que enfrentava um processo de expulsão, o deputado manifestou sua vontade de ser presidente do Diretório no Rio de Janeiro, noticiou o portal 'IG'. O que pareceu um um discurso de quem não queria sair do partido, também poderia ser interpretado como um gesto de afronta, de querer controlar quem o controlava.
“Por óbvio, o Psol não questiona a crença – ou não-crença – de quem quer que seja: defendemos tanto a absoluta liberdade religiosa quanto o Estado laico, único que tem condição de assegurá-la, sem imposição de qualquer dogma ou concepção religiosa”, comentou o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ).
O ex-psolista criticou o fato de seu homólogo Jean Wyllys (Psol-RJ) ter apresentado junto a outros parlamentares o Projeto de Lei nº 1.780/2011, que estabelecia o ensino da cultura árabe e tradição islâmica em escolas brasileiras. Contudo, não explicita que pouco mais de um mês o texto foi retirado da pauta por seus autores, e arquivado.
Daciolo pretende recorrer no Congresso da decisão do Psol, segundo sua colega de partido, a deputada estadual Janira Rocha (RJ), quem votou por sua permanência. Por 31 votos a 24, a legenda optou não tentar tomar o mandato dele ante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“O partido também decidiu não pleitear o mandato de Daciolo, embora preze muito o princípio de que todo mandato pertence ao partido e ao coletivo, inclusive daqueles que se elegeram com votação acima do coeficiente eleitoral (o que não é o caso)”, explicou Chico Alencar.
Psol e Daciolo são como água e azeite. Não se misturam. Embora tenham tentado. É importante observar que o problema não é o parlamentar ter sua crença, porém tentar impô-la contrariando as ideologias da militância. É difícil que ele tenha êxito ao recorrer da decisão. Ninguém é obrigado a se filiar ao Psol. Mas, ao fazê-lo, deve seguir a cartilha, senão, compromete a identidade partidária. Note-se que a legenda não reivindicará o mandato. Ainda assim, ele parece querer aumentar esse desgaste político que é desnecessário. O Brasil tem mais de 30 partidos. Não o faltam opções!!!
Outro momento que indispôs o Psol perante Daciolo foi quando ele posou para uma foto ao lado do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) após a recente cerimônia de diplomação dos eleitos de 2014 na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Vale lembrar que Bolsonaro tem posições políticas totalmente adversas às da legenda socialista e é tido como radical por seus opositores.
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