Sexta-feira, 08 de maio de 2015 Informação atualizada em 08/05/2015, às 11h19 Petista teria confessado isso ao colega uruguaio José Muj...
Sexta-feira, 08 de maio de 2015
Informação atualizada em 08/05/2015, às 11h19
Informação atualizada em 08/05/2015, às 11h19
Petista teria confessado isso ao colega uruguaio José Mujica
Imagem: Roosewelt Pinheiro / Agência Brasil /
Copiada da Wikipédia / Creative Commons
Companheiros na alegria e na tristeza (...), até que a política os separe |
“Essa (o Mensalão) era a única forma de governar o Brasil”, confessou o petista, embora publicamente negue a existência do mesmo.
“Lula não é corrupto como [Fernando] Collor de Mello e outros ex-presidentes brasileiros”, salientou Mujica. A suposta confissão teria ocorrido dias antes de o político uruguaio assumir o poder, em 1º de março de 2010, e foi ouvida também por seu vice-presidente Danilo Astori.
Ainda, segundo a publicação, o ex-mandatário brasileiro teve de 'lidar com coisas imorais, chantagens'.
Em recente entrevista ao diário espanhol 'El País', Mujica afirmou que a corrupção existente no Brasil 'é inexplicável'.
Não está claro se foi o próprio Mujica quem relatou o caso aos escritores, ou se alguma fonte próxima.
Como se sabe, o esquema de corrupção tinha por finalidade a compra de apoio político ao governo Lula, e veio à tona graças à confissão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), em 2005. Em 2013, vários réus da Ação Penal 470, do Supremo Tribunal Federal, foram condenados à prisão por suposta participação no Mensalão, tais como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT José Genoíno e o ex-deputado federal João Paulo Cunha.
Agora há pouco, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) se manifestou nas redes sociais sobre a repercussão dessa notícia:
“O outrora festejado pela esquerda brasileira José Mujica está colocando a confissão de Lula sobre o mensalão em livro. E agora, PT? Mujica era uma espécie de mártir socialista na América Latina. Muito amigo de Lula e Dilma, era sempre figura de destaque em encontros internacionais. Sua acusação é grave, até porque é a própria esquerda que coloca sua índole acima de qualquer suspeita. Se o grande homem público que sempre disseram que Mujica é está dizendo que Lula confessou que o Mensalão 'era a única forma de governar o Brasil', como os defensores do ex-presidente vão agir? Vão transformar o herói em párea? Vão dizer que Mujica traiu o movimento? Que é invenção da mídia? E mais importante: até que ponto uma declaração como essa, de um ex-chefe de Estado íntimo do Palácio do Planalto, não pode reacender a chama das investigações do Mensalão que pararam justamente quando estava a centímetros de chegar em Lula?”, comentou.
Agora há pouco, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) se manifestou nas redes sociais sobre a repercussão dessa notícia:
“O outrora festejado pela esquerda brasileira José Mujica está colocando a confissão de Lula sobre o mensalão em livro. E agora, PT? Mujica era uma espécie de mártir socialista na América Latina. Muito amigo de Lula e Dilma, era sempre figura de destaque em encontros internacionais. Sua acusação é grave, até porque é a própria esquerda que coloca sua índole acima de qualquer suspeita. Se o grande homem público que sempre disseram que Mujica é está dizendo que Lula confessou que o Mensalão 'era a única forma de governar o Brasil', como os defensores do ex-presidente vão agir? Vão transformar o herói em párea? Vão dizer que Mujica traiu o movimento? Que é invenção da mídia? E mais importante: até que ponto uma declaração como essa, de um ex-chefe de Estado íntimo do Palácio do Planalto, não pode reacender a chama das investigações do Mensalão que pararam justamente quando estava a centímetros de chegar em Lula?”, comentou.
Outros relatos do livro
O livro também conta o suposto protagonismo do governo de Dilma Rousseff na suspensão do Paraguai, em 2012, ao Mercado Comum do Sul (Mercosul), por causa da destituição do então presidente Fernando Lugo pelo Congresso. Sem Assunção, não haveria empecilho para a adesão imediata da Venezuela ao bloco, uma vez que o Parlamento guarani ainda não tinha aprovado a inclusão de Caracas. Na época, quem assumiu o poder foi o vice-presidente, Frederico Franco. Porém, os países do bloco não o reconheciam.
“Quando Lugo foi destituído pelo Senado paraguaio, e antes de se celebrar a Cúpula do Mercosul para resolver as sanções, uma das pessoas de maior confiança de Mujica recebeu uma ligação de Marco Aurélio Garcia (assessor do Itamaraty), braço direito de Dilma”, disse a obra.
“Dilma [Rousseff] quer transmitir uma mensagem muito importante ao presidente Mujica”, teria dito Garcia.
“Não tem problema, colocamos em comunicação os dois presidentes”, respondeu um assessor uruguaio.
“Não, não pode ser por telefone nem por e-mail. É pessoalmente”, explicou Marco Aurélio Garcia.
Para evitar suspeitas de um encontro presidencial tão repentino, o Planalto teria, supostamente, enviado um avião até Montevidéu para buscar o mensageiro de Mujica. Já em Brasília, se encontrou diretamente com a chefe de Estado.
“Vamos ao que interessa”, disse Rousseff. Quando o assessor uruguaio pegou um caderninho para anotar a mensagem, ela enfatizou: “Sem anotações, esta reunião nunca existiu!”
A governante petista teria exibido fotos e gravações de serviços de espionagem brasileiros, venezuelanos e cubanos, que, supostamente, comprovariam como foi planejado o que ela considerou um 'golpe de estado' contra Fernando Lugo por um grupo de 'mafiosos'. “O Brasil precisa que o Paraguai fique de fora do Mercosul, para que assim aconteçam eleições nesse país”, justificou.
Vale lembrar que, em agosto de 2012, um editorial do jornal guarani 'ABC', intitulado 'Na Latrina do Mercosul', classificava Marco Aurélio Garcia como 'pérfido', logo após a expulsão do Paraguai ao bloco.
“A tudo isso se soma o odioso critério de nossos vizinhos, expressado com particular perfídia pelo assessor de Relações Internacionais da República do Império do Brasil, ao que se tenta dissimular com a fachada de uma República, Marco Aurélio Garcia, quando atestou que se o nosso país voltar ao bloco [Mercosul] depois das eleições no próximo ano, ‘deve se submeter’ a tudo o que os sócios decidiram de maneira grosseira e injusta. Ou seja, nos tratam como se fôssemos escravos. Para dizer, sem rodeios nem falsos eufemismos, nos colocam na latrina do Mercosul”, disse o 'ABC'.
Conforme publicado pelo jornal 'O Globo', desta sexta-feira (8/5), Mujica sabia bem antes que Dilma Rousseff seria candidata à Presidência da República, inclusive que Lula apoiaria sua reeleição.
Essas são atualizações de um escândalo que pesa sobre a gestão do ex-líder sindical, apesar de nunca ter sido considerado oficialmente culpado e/ou responsável.
No final do mês passado, por exemplo, a revista 'Época' divulgou que Lula poderia ser investigado pelo Ministério Público Federal em Brasília (MPF-DF) por suspeita de influência internacional, que teria, supostamente, favorecido a empresa Odebrecht em contratos de prestação de serviços na África e em países latino-americanos, cujas obras foram financiadas em parte com o empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em resposta, o Instituto Lula, pertencente a ele mesmo, tachou de 'mentirosa' a reportagem e disse que viajava para realizar palestras em países como Estados Unidos, Argentina, México, Coreia do Sul, entre outros. Também explicou que o ex-mandatário viajou para receber prêmios e participar de homenagens, por exemplo.
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