Sexta-feira, 19 de junho de 2015 Informação atualizada em 20/06/2015, às 11h30 Revista IstoÉ afirma que parte do dinheiro das debêntures...
Sexta-feira, 19 de junho de 2015
Informação atualizada em 20/06/2015, às 11h30
Revista IstoÉ afirma que parte do dinheiro das debêntures emitidas pelo grupo Galileo Educacional foi parar nas mãos dos senadores Renan Calheiros, Lindbergh Farias e do deputado Luiz Sérgio
Informação atualizada em 20/06/2015, às 11h30
Revista IstoÉ afirma que parte do dinheiro das debêntures emitidas pelo grupo Galileo Educacional foi parar nas mãos dos senadores Renan Calheiros, Lindbergh Farias e do deputado Luiz Sérgio
Depois da reportagem publicada pela revista “IstoÉ”, desta sexta-feira (19/6), é difícil acreditar que boa parte dos credores aceite o plano de recuperação judicial apresentado pelo grupo Galileo Educacional na semana passada, para que a Universidade Gama Filho (UGF) e o Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) voltem a funcionar. A matéria acusa os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado federal Luiz Sérgio (PT-RJ) de terem, supostamente, recebido parte do dinheiro dos fundos de pensão Postalis, dos Correios, e Petros, da Petrobras, destinados à UGF, no Rio de Janeiro, naquela famosa operação de debêntures de R$ 100 milhões. O peemedebista teria embolsado R$ 30 milhões, enquanto os dois petistas, R$ 10 milhões cada.
O senador Renan Calheiros disse a “IstoÉ” não ter nenhuma relação com a Galileo Educacional e/ou as instituições de ensino superior (IES) mencionadas.
O golpe contra os fundos de pensão teria sido, supostamente, tramado pelo primeiro acionista majoritário da Galileo Educacional, o advogado Márcio André Mendes Costa, com a participação do empresário Milton de Oliveira Lyra Filho, tido como lobista do presidente do Senado.
Parte do esquema está sendo desvendada pela Polícia Federal (PF) com a ajuda do delator identificado como Reinaldo Souza da Silva, um ex-funcionário do grupo gestor.
Ao que parece, o Banco Mercantil – que atuou na emissão das debêntures – teria entrado na jogada por intermédio de Marcus Vinícius Mendes Costa, acionista minoritário do banco e irmão de Márcio André, segundo a revista. Na época, a mantenedora deu como garantia o curso de Medicina da UGF, cuja mensalidade era de R$ 3,5 mil, aproximadamente.
Em 2013, a revista “Exame” publicou que, em vez de investir os R$ 100 milhões na Gama Filho, Márcio André teria utilizado-os para comprar a UniverCidade.
Em 2013, a revista “Exame” publicou que, em vez de investir os R$ 100 milhões na Gama Filho, Márcio André teria utilizado-os para comprar a UniverCidade.
Não custa nada lembrar que em 2012, um ano após a operação financeira envolvendo os fundos de pensão, o então diretor financeiro do Postalis, Adilson Florêncio da Costa, cujo posto foi uma indicação do Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), foi premiado como membro do Conselho de Administração da Galileo Educacional.
Em 2014, logo depois do descredenciamento das duas IES pelo Ministério da Educação (MEC), que na ocasião alegou suposta “baixa qualidade acadêmica”, a mantenedora, já sob a gestão do pastor Adenor Gonçalves dos Santos, entrou com uma ação judicial, pedindo para que a operação fosse anulada. O grupo alega não saber o paradeiro dos R$ 100 milhões.
Os desastrosos investimentos feitos pelos fundos de pensão estão sendo apurados em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, inclusive a que diz respeito à Universidade Gama Filho.
Conforme revelado por OPINÓLOGO, a Galileo Educacional se originou sob o nome de Rio Guadiana Participações S/A perante a Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja), no dia 28 de maio de 2010. A empresa foi criada pelos empresários Eduardo Duarte (presidente) e Simone Burck Silva (diretora) com um mísero capital de R$ 800. Em 11 de agosto de 2010, mudou-se a razão social para o nome atual, após ser adquirida por Márcio André Mendes Costa, que elevou o capital social para R$ 2 milhões. Note-se que os fundadores da empresa já foram investigados na operação Alquimia, da Receita Federal, por suposta sonegação fiscal, e Satiagraha, da Polícia Federal, por suspeita de lavagem de dinheiro.
Em 2013, como membro da Comissão de Educação e Cultura do Senado que acompanhava o desenrolar da crise que antecedeu o descredenciamento da UGF e da UniverCidade, o senador Lindbergh Farias quase pareceu ausente. Sua única manifestação (vídeo) em suas redes sociais a respeito do tema, ao menos a que OPINÓLOGO pôde encontrar, foi feita no dia 9 de outubro daquele ano. Não se viu firmeza em suas palavras. Em véspera de ano eleitoral, qualquer político que se preze, usaria essa bandeira política dos estudantes para angariar votos. No ano seguinte, ele concorreu para governador do Rio de Janeiro.
Vídeo: Lindbergh Farias / YouTube / Reprodução
A denúncia da publicação paulista pode ser um balde de água fria para o grupo que pretende, hipoteticamente, ressurgir como uma fênix, e que, por enquanto, está sem asas. O que existe é apenas um plano mirabolante, inclusive com a construção de uma “cidade universitária” em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio, com capacidade para 30 mil alunos e um alojamento com três mil dormitórios.
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