Terça-feira, 18 de agosto de 2015 Em editorial, imprensa estrangeira critica possível impeachment de Dilma Rousseff Brasileiro, sem...
Terça-feira, 18 de agosto de 2015
Em editorial, imprensa estrangeira critica possível impeachment de Dilma Rousseff
Brasileiro, sem generalizar, tem mesmo complexo de vira-latas!!! Editoriais publicados, recentemente, pelos jornais britânico “Financial Times” e o estadunidense “New York Times”, de que um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff seria ruim para a democracia brasileira, ganharam o status de verdade absoluta, na qual parte da imprensa tupiniquim não só os repercute como também se ajoelha diante.
As duas publicações trataram dos protestos que aconteceram em umas 200 cidades, no último domingo (16/8), contra o governo, a corrupção e o Partido dos Trabalhadores (PT).
O diário europeu afirmou que se a petista deixasse o cargo, seria substituída por outro político “medíocre”. Lembrou que para isso seria preciso o apoio de dois terços do Congresso.
Se Dilma Rousseff saísse, seu cargo poderia ser ocupado pelo: vice-presidente Michel Temer; presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha; ou presidente do Senado, o senador Renan Calheiros. Todos são do Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). No caso de algum dos dois congressistas assumir nos dois anos iniciais ao atual mandato, nova eleição teria de ser convocada. E se fosse nos dois anos finais, o sucessor ficaria no posto até o fim do mandato em dezembro de 2018. Os dois parlamentares estão sendo investigados na operação Lava-Jato, a que apura a roubalheira na Petrobras.
Já o jornal norte-americano começou falando que o Brasil estaria em “frangalhos”, por conta da crise econômica. Ressaltou para o que considera uma independência nas instituições do país, ao declarar que o governo não interferia no rumo das investigações do Petrolão.
O “New York Times” disse que as investigações “não encontraram nenhuma evidência de ações ilegais” por parte de Rousseff. No entanto, vale frisar que ela não pode ser investigada, porque seu cargo possui imunidade, conforme o Artigo 86 da Constituição Federal.
Em seu site, o PT fez questão de repercutir a análise do portal nova-iorquino, principalmente a parte de que não havia nada de concreto contra a sua militante para justificar o que chamou de “tentativa de golpe”.
A defesa pelo mandato de Dilma Rousseff fez com que, durante toda a manhã desta terça-feira (17), o nome “New York Times” estivesse na lista dos 10 assuntos mais comentados no twitter a nível mundial.
Se os dois editoriais tivessem defendido a saída da chefe de Estado, certamente, teriam sido tachados de “imprensa golpista” ou coisa que a valha.
Diante da falta de argumentos plausíveis, as duas publicações serão usadas para legitimar o discurso por sua permanência no cargo. Que fique claro que apenas as políticas de ajuste fiscal não seriam suficientes para fomentar protestos, se não houvesse o descontentamento popular contra PT, que tenta a todo o custo tangenciar-se na posição de vítima de um suposto “golpe” e “terceiro turno” por parte da oposição, e acha que tudo pode ser resolvido/maquiado com uma estratégia de comunicação, como aquela recente propaganda partidária, de 10 minutos, que tentou zombar dos “panelaços” contra a líder brasileira. Sua publicidade televisiva não consegue tocar o coração dos eleitores opositores. Apenas reforça o apoio de seus simpatizantes. Mais do que comunicação, faltou humildade e um básico pedido de desculpas por eventuais e supostos erros políticos e administrativos.
Às vésperas do terceiro grande protesto contra sua gestão, a mandatária concedeu uma repentina entrevista ao SBT Brasil, do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Ao longo da conversa, tentou demonstrar segurança. Exceto por um breve instante, quando lhe foi perguntado sobre uma possível cassação do mandato, e ela então respondeu que não poderia fazer previsões políticas. Disse que não poderia prever uma crise econômica, porque o cenário teria piorado entre o período de campanha, no ano passado, ao início de 2015.
Na próxima quinta-feira (20), partidos como o PT, o Comunista do Brasil (PCdoB) e o Socialismo e Liberdade (Psol) farão uma manifestação em apoio à continuidade do mandato de Rousseff, mas, ao mesmo, em antítese, contra suas políticas de ajuste fiscal. Na prática, vão demonstrar solidariedade a ela, porém contra o que ela faz. Os eventos estão previstos para ocorrer em pelo menos 10 cidades, também com a presença da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de sindicatos e demais movimentos sociais.
Algumas coisas precisam ser colocadas na balança:
1) será que os cogitados sucessores de Dilma Rousseff são realmente o que o país precisa??? O PMDB governa junto, e nunca rompeu de fato com o governo. Portanto, não é vítima, mas cúmplice dos acertos e erros da petista. Deveria tê-lo feito até o final do julgamento da Ação Penal 470 – do Mensalão –, contudo, não o fez. E no atual momento, é citado como um dos supostos beneficiários do esquema de propina na Petrobras junto com o PT e o Partido Progressista (PP).
2) não existem garantias de que o sucessor faria tudo diferente e/ou anularia medidas como as que criaram empecilhos no recebimento de direitos trabalhistas, por exemplo.
3) ela foi eleita por mais de 54 milhões de eleitores. Uma possível deposição precisaria ser feita com acusações e provas concretas, pois o processo em si perderia a credibilidade.
4) embora a saída dela pudesse enfraquecer a imagem política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quem a indicou a seu eleitorado, não há como garantir que ele não viesse candidato novamente e ganhasse. Afinal, Dilma Rousseff obteve 51,64% dos votos válidos em 2014. Nenhuma hipótese pode ser descartada. Ainda assim, é possível arriscar que ele não se candidataria, pois, se perdesse, colocaria por terra o mito do eterno vencedor capaz de influenciar escolhas políticas.
5) a saída dela poderia enfraquecer governos socialistas nos países vizinhos, o Foro de São Paulo, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul). E, claro, acirrar a crise de identidade da esquerda não só no Brasil como em toda a América Latina, por mais que se queira atribui-la apenas ao PT.
6) uma intervenção militar seria péssima para o país. Tal fenômeno se registrou durante a Ditadura Militar e durou 21 anos. Instar pela monarquia é outro retrocesso.
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