Sábado, 04 de junho de 2016 Informação atualizada em 05/06/2016, às 23h20 A Kroton, maior rede privada de ensino privado do país e do ...
Sábado, 04 de junho de 2016
Informação atualizada em 05/06/2016, às 23h20
Informação atualizada em 05/06/2016, às 23h20
A Kroton, maior rede privada de ensino privado do país e do mundo, confirmou, nessa quinta-feira (2/6), interesse em adquirir a Estácio Participações, conglomerado de instituições de ensino superior da Estácio, por meio de troca de ações.
“A Companhia vem estudando internamente e de forma sigilosa uma potencial combinação de seus negócios com a Estácio Participações S.A. (‘Estácio’) e acredita que a mesma traria benefícios para ambas as empresas, seus negócios, alunos, acionistas e demais stakeholders. A operação possui um forte racional estratégico em razão da alta complementaridade geográfica, do amplo potencial de sinergias e de ganhos de eficiência (conforme análises realizadas com informações públicas), e em especial, do fortalecimento dos investimentos na qualidade dos seus serviços educacionais”, confirmou a Kroton.
Antes de continuar, é preciso explicar o que são ‘stakeholders’. Numa linguagem bem resumida e prática, entendem-se como ‘stakeholders’ todos os envolvidos numa organização em prol de um bem comum: a governança ou o sucesso de um empreendimento. No caso em questão, os ‘stakeholders’ são os alunos, acionistas, reitor, diretores, docentes, funcionários, faxineiros e demais colaboradores. O bom do inglês é que uma simples palavra pode ter um sentido muito amplo, o qual não seria possível em português. Os ‘stakeholders’ englobam todos os níveis hierárquicos e as contribuições harmônicas de cada qual para que uma faculdade prospere, por exemplo.
“Para determinação dos valores das empresas em uma potencial combinação de negócios, a Companhia considera, com base em estudos internos com apoio dos nossos assessores, uma relação de troca de 0,977 ações ordinárias de emissão da Kroton para cada ação ordinária de emissão da Estácio baseada no preço médio ponderado pelo volume de negociação das ações das empresas na BM&FBovespa para os 30 (trinta) pregões imediatamente anteriores a este Fato Relevante. Com base nesta relação de troca, as ações da Companhia, após as emissões necessárias, seriam distribuídas entre os acionistas da Estácio e da própria Companhia na proporção de, aproximadamente, 15,7% e 84,3%, respectivamente”, explicou a Kroton.
A Kroton informou ter contratado o Banco Itaú BBA como assessor financeiro e o escritório de advocacia Barbosa Müssnich Aragão (BMA) como assessor legal para potencial operação.
A Kroton disse que ‘envidará’ esforços para a compra da Estácio, e que poderia apresentar uma proposta ao conselho de administração, à assembleia de acionistas e submeteria a negociação aos órgãos reguladores.
A revista ‘Exame’, que revelou em primeira mão o interesse da Kroton, especula que a Kroton poderia fazer uma oferta ‘hostil’ – diretamente aos acionistas da Estácio – caso o conselho barre a proposta.
Em nota, no último dia 2 de junho, a Estácio Participações disse ter tomado conhecido do interesse da Kroton através de fato relevante divulgado pela interessada, e que até aquela data não havia nenhum tipo de negociação entre ambos os grupos.
A notícia pegou de surpresa docentes e funcionários da Estácio. Em reunião com executivos, no Rio de Janeiro, o presidente Rogério Melzi recomendou a docentes e funcionários que focassem em suas rotinas, e reforçou que não existia negociação em andamento entre Estácio e Kroton.
“Temos uma missão a realizar. Somos uma empresa de grandes resultados e muito potencial. Neste momento, o mais importante para todos nós colaboradores é continuar a desenvolver o nosso trabalho com a mesma dedicação e seriedade de sempre, garantir uma excelente captação [de alunos] no segundo semestre, cuidar dos nossos alunos, avançar nas nossas metas e resultados. Vamos continuar trabalhando de forma competente e engajada como é o nosso padrão”, declarou Melzi.
As ações da Estácio Participações (ESTC3) tiveram alta de 23,74% e chegaram a ser negociadas a R$ 13,71 no Ibovespa, enquanto que as da Kroton (KROT3), 13,56%, negociadas a R$ 12,73. Foram as duas maiores altas da última quinta-feira (2/6), respectivamente.
Como já foi dito, a Kroton é o maior grupo de ensino privado do Brasil. Em segundo lugar está a Estácio. A fusão desses dois gigantes da educação criaria um supergigante, o que, teoricamente, poderia afetar a livre concorrência, além de limitar o mercado de trabalho. Por falta de concorrência e de escolha, por exemplo, profissionais de ensino poderiam, sem alternativa, submeter-se a salários mais baixos, uma vez que esse eventual conglomerado ditaria o mercado. Isso se trata de uma avaliação breve por parte de OPINÓLOGO, só para deixar claro. Para que a negociação seja aprovada, dependerá do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que é vinculado ao Ministério da Justiça.
Resumo sobre a Kroton
No ensino superior, a Kroton é dona da Universidade do Norte do Pará (Unopar), das faculdades Pitágoras, Fama, entre outras. Sua maior aquisição a Anhanguera, em 2013, o que a permitiu tornar-se maior rede privada de ensino do país.
A Kroton possui em média um milhão de alunos no ensino superior. Também conta com 870 escolas da educação básica associadas.
Resumo sobre a Estácio
Além de instituições com a marca homônima, a Estácio é proprietária de instituições como a Faculdade Nossa Cidade, Faculdade de São Luís, Faculdade de Natal, entre outras.
Possui, atualmente, mais de 587 mil estudantes no ensino superior.
Em comparação com a Kroton, por exemplo, a Estácio tem uma presença maior no Rio de Janeiro do que em São Paulo, enquanto a Kroton, o oposto. Ambos os grupos possuem presença em outros estados da federação, sendo que a Estácio, pelo menos na rede presencial, está em todo o Nordeste.
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