Terça-feira, 13 de setembro de 2016 Informação atualizada em 20/09/2016, às 22h04 A chegada de Adenor dos Santos A entrada do empre...
Terça-feira, 13 de setembro de 2016
Informação atualizada em 20/09/2016, às 22h04
Informação atualizada em 20/09/2016, às 22h04
A chegada de Adenor dos Santos
A entrada do empresário e pastor Adenor Gonçalves dos Santos no nebuloso grupo Galileo Educacional – gestora da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), no Rio de Janeiro – sempre foi motivo de dúvidas, pelo simples fato de as duas instituições de ensino superior (IES) já serem notícias constantes sobre greves e paralisações decorrentes de atrasos salariais. O que parecia uma imaturidade para o mundo dos negócios, ao não realizar uma auditoria antes de assumir o controle da mantenedora, pode ter uma explicação: uma suposta indicação do empresário Ronald Levinsohn, ex-dono da UniverCidade. Isso segundo uma fonte ouvida por OPINÓLOGO.
Adenor dos Santos se tornou sócio majoritário do grupo Galileo Educacional em 30 de outubro de 2012, após decisão da assembleia de acionistas. No entanto, ele teria começado a se envolver nas negociações três meses antes, de acordo com a fonte ouvida por este jornalista. Preste atenção nas datas!
Em 17 de setembro de 2012, por exemplo, o então acionista majoritário da mantenedora, Márcio André Mendes Costa, concedeu a Adenor dos Santos amplos poderes por meio de três procurações, uma dele próprio e as outras duas pela Izmir Participações Ltda. e Ferrete RJ Participações S.A. Essas duas empresas pertencem a Mendes Costa e os três eram acionistas do grupo Galileo Educacional. Cada procuração tinha validade de 12 meses. Os poderes concedidos a Adenor dos Santos incluíam alugar, vender, comprar, negociar bens e imóveis, fazer empréstimos e movimentações bancárias, contratar e demitir funcionários, além de representar os interessados junto à Receita Federal, ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A entrada antecipada do pastor reforça que ele teve tempo de sobra e tinha acesso a informações necessárias antes de se meter definitivamente na mantenedora.
Em 17 de setembro de 2012, por exemplo, o então acionista majoritário da mantenedora, Márcio André Mendes Costa, concedeu a Adenor dos Santos amplos poderes por meio de três procurações, uma dele próprio e as outras duas pela Izmir Participações Ltda. e Ferrete RJ Participações S.A. Essas duas empresas pertencem a Mendes Costa e os três eram acionistas do grupo Galileo Educacional. Cada procuração tinha validade de 12 meses. Os poderes concedidos a Adenor dos Santos incluíam alugar, vender, comprar, negociar bens e imóveis, fazer empréstimos e movimentações bancárias, contratar e demitir funcionários, além de representar os interessados junto à Receita Federal, ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A entrada antecipada do pastor reforça que ele teve tempo de sobra e tinha acesso a informações necessárias antes de se meter definitivamente na mantenedora.
No dia 4 de dezembro de 2012, pouco mais de um mês depois de assumir a mantença do grupo Galileo Educacional e quando os docentes da Gama Filho estavam em greve, Adenor dos Santos foi eleito presidente da Associação Educacional São Paulo Apóstolo (Assespa) em assembleia geral extraordinária que contou com a presença de Ronald Levinsohn e do então diretor operacional Wanderley Cantieri. A Assespa é a antiga mantenedora da UniverCidade e tem como sócias a Associação para a Modernização da Educação (APME) e o Instituto Cultural de Ipanema (ICI). Estas duas pertencem a Ronald Levinsohn.
Novo presidente da Assespa
Adenor dos Santos se tornou presidente da Assespa no lugar de Márcio André Mendes Costa, quem se retirou por “motivos pessoais” em junho daquele mesmo ano. Mendes Costa era o controlador do grupo Galileo Educacional antes da chegada oficial do empresário pastor. Conforme noticiado por OPINÓLOGO, recentemente, Mendes Costa tinha um suposto sócio oculto: Ronald Levinsohn.
A gestão da Galileo Educacional por Adenor dos Santos teria sido, supostamente, compartilhada com seu padrinho, um empresário com experiência em falência. Diga-se de passagem a famosa Caderneta Delfim, durante a década de 80. O ingresso tardio do empresário reverendo em meio a uma crise financeira e administrativa faz com que sua chegada seja motivos recorrentes de indagações. A dúvida é saber se ele foi um “aventureiro” que se deu mal ou um suposto “laranja” de Ronald Levinsohn, talvez uma “laranja mecânica”.
No meio acadêmico, Adenor dos Santos jamais foi visto, tampouco concedeu entrevista à imprensa para falar da crise das duas IES ou sequer uma nota emitida por alguma assessoria. Absolutamente nada! O que parece uma tentativa de preservar-se de um escândalo pode não ter passado uma fuga de si mesmo.
“Canibalismo”: dinheiro e poder
A atual gestão da Galileo Educacional, de Adenor dos Santos, vive uma espécie de “canibalismo” contra os antigos sócios da mantenedora, da UGF e da UniverCidade, por conta de disputas, envolvendo imóveis das duas IES e o pagamento de indenizações por danos financeiros que ocasionaram o descredenciamento das instituições de ensino por parte do Ministério da Educação (MEC), e, posteriormente, a decretação de falência ao grupo educacional pela Justiça do Rio de Janeiro. O elevado número de processos acaba provocando uma confusão jurídica.
Em janeiro de 2014, duas semanas após o MEC descredenciar a Gama Filho e a UniverCidade por suposta baixa qualidade acadêmica, os atuais diretores da Galileo Educacional entraram com um processo, para anular a operação de debêntures no valor de R$ 100 milhões emitida durante a gestão do empresário Márcio André Mendes Costa, por não saber o paradeiro da grana. Na ocasião, os investidores – fundos de pensão Postalis (dos Correios) e Petros (da Petrobras) – tiveram como garantia as mensalidades dos estudantes de Medicina da UGF.
Vale lembrar que a atual diretoria da Galileo Educacional é testemunha de acusação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPF-RJ). Em junho passado, o órgão deflagrou a operação Recomeço, com a Polícia Federal, para prender empresários ligados à mantenedora, à UniverCidade e à UGF por supostos desvios de recursos que causaram prejuízos de quase R$ 90 milhões aos dois fundos de pensão.
Os atuais gestores do grupo Galileo Educacional requereram à Justiça que a cifra de R$ 1,35 bilhão bloqueada na operação Recomeço fosse destinada à mantenedora, para que pudesse quitar o passivo trabalhista.
No último dia 15 de agosto, há quase um mês, OPINÓLOGO entrou em contato com o grupo Galileo Educacional, para que comentasse sobre o fato de Adenor dos Santos ser uma suposta indicação de Ronald Levinsohn. Até a publicação desta reportagem não houve retorno.
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