Em vídeo, futuro prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, diz que o pastor Silas Malafaia é vítima de preconceito por ser evangélico

Domingo, 18 de dezembro de 2016 Em política não existem amigos e inimigos, e sim aliados e adversários que por vez ou outra trocam de p...

Domingo, 18 de dezembro de 2016

Em política não existem amigos e inimigos, e sim aliados e adversários que por vez ou outra trocam de papeis, a depender da ocasião e das conveniências. A mais recente comprovação, de que isso é uma regra, é o vídeo postado nas redes sociais pelo futuro prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB-RJ), em que criticou (vídeo 1) a condução coercitiva contra o pastor Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Avec), durante a operação Timóteo, e afirmou que ele foi vítima de preconceito por ser evangélico.

“Lamentei profundamente a operação da Polícia Federal (PF), nomeada Timóteo, que cometeu uma injustiça contra o pastor Silas Malafaia, um homem de bem, que foi vítima de bandidos que operavam no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM). O pastor Malafaia foi vítima, recebeu uma oferta de uma empresa que estava envolvida num crime, mas ele, pessoalmente, é inocente. Ele não participou disso!!! A operação não tem que ter o nome dele, pelo contrário, deve defendê-lo. Ele é uma vítima, vítima não só de um cheque dado por uma pessoa dado indevidamente, mas vítima também do preconceito contra o evangélico. Isso, no fundo, é preconceito contra nós evangélicos. E por isso, eu lamento profundamente esse episódio”, criticou o senador licenciado.

Vídeo: Silas Malafaia Oficial / YouTube / Reprodução

Silas Malafaia se tornou o melhor ‘amigo de infância’ de Marcelo Crivella e o apoiou para a prefeitura do Rio de Janeiro no segundo turno das eleições municipais deste ano contra o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Mas, não foi por amor. Foi por falta de opção mesmo. Só haviam dois candidatos: um evangélico e um comunista. No passado, os dois líderes religiosos foram adversários, embora Malafaia nunca tenha sido candidato a cargo público. O pastor da Avec usou seu ativismo político, em 2014, para detonar Crivella e apoiar Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) para governador do Rio de Janeiro. Malafaia procurou vinculá-lo à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), onde o parlamentar é bispo licenciado, e despertar nos eleitores de outras denominações evangélicas o preconceito contra a seita.

Se em 2014 a fé evangélica foi utilizada para demonizar e despertar preconceito, em 2016 está usada para fazer ‘vitimismo’.

Na última sexta-feira, os agentes foram até a casa de Malafaia, no Rio de Janeiro, para levá-lo para depor, mas ele estava em São Paulo, inaugurando uma igreja. Quando soube do acontecido, por lá mesmo prestou depoimento. Em 2013, ele recebeu um cheque de R$ 100 mil, uma oferta pessoal, de um advogado chamado Jader, investigado na operação policial. O tal advogado esteve em seu escritório no Rio de Janeiro, levado pelo pastor Michael Abud, da Igreja Embaixada do Reino. Segundo o líder da Avec, ele teria orado pel tal jurista, que ganhou uma causa na Justiça e fez essa doação em agradecimento. A ação dos agentes apura um suposto esquema de desvio de royalties de minérios, cujo alvo principal é um dos direitos do DNPM. A investigação quer saber se Malafaia teria ou não, supostamente, colaborado para lavagem de dinheiro.

Malafaia disse (vídeo 2) ter sido vítima de um ‘show pirotécnico’ por parte do juiz do caso, em Brasília. Ele classificou como ‘injustiça’ sua condução coercitiva e sustentou que sua situação não poderia ser comparada à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi conduzido coercitivamente em março passado, durante a operação Aletheia, um dos desdobramentos da Lava-Jato. Para o líder evangélico, a ação em sua casa no Rio se trataria de uma suposta retaliação, por ele manifestar-se a favor do projeto de lei que pune abuso de autoridades cometidos por juízes, promotores e procuradores.

Vídeo: Silas Malafaia / YouTube / Reprodução

Como se pôde ver no vídeo acima, o pastor desafiou a Judiciário a provar que ele seja um suposto ‘laranja de bandido’ e à imprensa a colocar na íntegra sua defesa. Ele reclamou que os noticiários o tenham destacado, em vez dos membros da suposta quadrilha.

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