Quinta-feira, 26 de janeiro de 2017 Informação atualizada em 26/01/2017, às 18h56 Empresário teve prisão decretada e já é considerado f...
Quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Informação atualizada em 26/01/2017, às 18h56
Informação atualizada em 26/01/2017, às 18h56
Empresário teve prisão decretada e já é considerado foragido da Justiça
Imagem: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil /
Reprodução / Creative Commons
Eike Batista em depoimento à CPI do BNDES, em 2015 |
Em depoimento aos procuradores, Eike Batista disse que o pagamento de R$ 1 milhão seria referente à contratação de serviços para criar um fundo de investimentos e participações (FIP) ante a Caixa Econômica Federal (CEF), para captação de R$ 500 milhões em projetos avaliados em R$ 2 bilhões. Ele disse que o escritório de advocacia teria sido indicado pela Caixa, o que foi negado por esta, que afirmou que ‘não é praxe’ indicar escritórios de advocacia aos clientes. Além disso, o negócio não se concretizou. Em agosto de 2012, a EBX enviou uma proposta ao banco federal, para criar o fundo, mas que as tratativas foram encerradas entre abril e junho de 2013. O Ministério Público Federal suspeita que o empresário se valeu de uma negociação que não aconteceu, para tentar dar viés legal ao repasse em prol da ex primeira-dama.
“A conduta do investigado Eike Batista revela a um lado a sua contemporânea disposição de ludibriar os órgãos estatais de investigação, e a outro uma prática que tem se mostrado comum a esse investigado, que é a de simular atos jurídicos formalmente perfeitos para dar foros de legalidade a operações que, em verdade, traduzem pagamento de propina e lavagem de dinheiro”, afirmaram seis procuradores da República.
Adriana Ancelmo está presa desde o fim de 2016. Os investigadores acreditam que seu escritório seria utilizado para lavar o dinheiro que o marido, supostamente, recebia em propinas referente à ‘taxa de oxigênio’ de 5% que o peemedebista exigia como pagamento às empresas que prestassem serviços para o governo do Rio de Janeiro.
Reprodução / Creative Commons
PF na mansão de Eike Batista, no Rio, durante a operação Eficiência |
As investigações levam em conta que Eike Batista dependia de licenças do governo do Rio de Janeiro, para poder realizar obras em seus empreendimentos.
Eike Batista já havia prestado depoimento anteriormente à Força Tarefa da Lava-Jato, para explicar sobre os repasses, supostamente, irregulares de R$ 5 milhões ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e aos marqueteiros João Santana e Mônica Moura. Estes dois fizeram a campanha eleitoral da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS) e são investigados por suposto recebimento de caixa dois.
A prisão de Eike Batista tinha sido decretada desde o último dia 13 de janeiro pelo juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, responsável pelas investigações da Lava-Jato em território fluminense.
O nome da operação se chama ‘Eficiência’, por causa de uma conta atribuída a Sérgio Cabral com esse nome no Israel Discount Bank of New York (IDB/NY), em Nova Iorque. Depois que o banco foi vendido, os novos donos expurgaram operadores de mercado ilegal. Com isso, a grana foi transferida para paraísos fiscais em cinco países: Suíça, Luxemburgo, Bahamas, Uruguai e Andorra.
Segundo os autos, Sérgio Cabral, supostamente, se utilizava dos serviços dos doleiros Marcelo Chebar e Renato Chebar desde o ano de 2002, entre os mandatos de deputado estadual no Rio de Janeiro e senador, e que teria repassado ao menos US$ 6 milhões. Depois, como governador, ao menos US$ 100 milhões, o equivalente a R$ 340 milhões, sendo que desse total, R$ 270 milhões já foram repatriados pela Justiça. Investigações preliminares davam conta que o peemedebista teria, supostamente, desviado R$ 224 milhões em recursos federais destinados a obras como a reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo.
Além de Eike Batista, tiveram prisão preventiva decretada:
* Sérgio Cabral: já está preso no Complexo Penitenciário em Bangu.
* Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho: ex-assessor do peemedebista, acusado de ser um dos emissários de Sérgio Cabral no esquema.
* Carlos Emanuel de Carvalho Miranda: outro ex-assessor, acusado de fazer os repasses financeiros de Cabral aos doleiros Renato Chebar e Marcelo Chebar.
* Luiz Carlos Bezerra: ocupou as funções que antes eram de Carlos Emanuel Miranda.
* Álvaro José Galliez Novis: doleiro mencionado de suposta participação no esquema.
* Sergio de Castro Oliveira: acusado de ser um dos operadores financeiros de Sérgio Cabral.
* Thiago Aragão Gonçalves Pereira e Silva: sócio do escritório de advocacia com a ex primeira-dama e investigado se recebeu pagamentos em dinheiro destinados ao peemedebista.
* Francisco de Assis Neto: acusado de ter, supostamente, recebido dinheiro das mãos dos doleiros Marcelo e Renato Chebar.
* Flávio Godinho, ex-assessor de Eike Batista e atualmente vice-presidente do time de futebol Flamengo. Ele é acusado por, supostamente, ter sugerido a criação de empresas e de contratos fictícios para a transferência de dinheiro a Sérgio Cabral.
Tiveram condução coercitiva decretada:
* Eduardo Plass: dono do TAG Bank, no Panamá.
* Luiz Arthur Andrade Correia: ex-assessor de Eike Batista. Ele foi diretor de Operações da empresa Ventana Gold Corp., que firmou contrato fictício de US$ 1,4 milhão com a Centennial.
* Susana Neves Cabral: ex-mulher de Sérgio Cabral. É investigada como uma das supostas beneficiárias de recursos no esquema.
* Maurício de Oliveira Cabral Santos: irmão de Sérgio Cabral. Também investigado por ser um suposto beneficiário no esquema.
Foram expedidos mandados de busca e apreensão em 22 endereços residenciais e profissionais vinculados a: Álvaro José Galliez Novis, Sergio de Castro Oliveira, Thiago Aragão Gonçalves Pereira e Silva, Francisco de Assis Neto, Maurício de Oliveira Cabral Santos, Susana Neves Cabral, Flávio Godinho e Eike Fuhrken Batista.
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