Sexta-feira, 10 de março de 2017 Informação atualizada em 10/03/2017, às 8h14 Na ação, sindicato é acusado de criar um núcleo do Psol d...
Sexta-feira, 10 de março de 2017
Informação atualizada em 10/03/2017, às 8h14
Informação atualizada em 10/03/2017, às 8h14
Na ação, sindicato é acusado de criar um núcleo do Psol dentro do estabelecimento de ensino
Os acusados
Imagem: MPF-RJ / Reprodução
![]() |
Não se vê ideologias de direita nas escolas |
O MPF-RJ requereu a cassação dos direitos políticos dos envolvidos entre 3 a 5 anos (com base no inciso III, artigo 12, da Lei nº 8.429/1992), o pagamento de uma indenização por dano moral coletivo – cuja cifra deverá ser estipulada pela Justiça –, além do pagamento de custas processuais no valor de R$ 10 mil por parte dos mesmos.
Também foram processados:
* Oscar Halac: reitor do Colégio Pedro II.
* Magda Medeiros Furtado: professora do Colégio Pedro II, diretora do Sindscope e filiada ao Psol.
* Maria Elisa Wildhagen Guimarães: professora no Colégio Pedro II.
* Maria Elisa Wildhagen Guimarães: professora no Colégio Pedro II.
* Alline Torres Dias da Cruz: professora no Colégio Pedro II
* William do Nascimento Carvalho: vice-diretor administrativo da unidade São Cristóvão e líder sindical.
* Bruno Bacellar Lopes: técnico administrativo do Colégio Pedro II e filiado ao Psol.
Pais de alunos e um docente, contrários à partidarização do ensino em campi como São Cristóvão, Tijuca e Humaitá, por exemplo, delataram ao MPF-RJ a suposta improbidade com fotos, vídeos e depoimentos.
1) Doutrinação ideológica
Imagem: MPF-RJ / Reprodução
![]() |
Uma imagem vale mais que mil palavras |
Embora diga-se de oposição ao Partido dos Trabalhadores (PT), o Psol é um dos críticos ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS), o classifica como um ‘golpe’ dado pelas burguesias e tacha de ‘ilegítimo’ o governo do presidente Michel Temer (PMDB-SP).
“Estou me manifestando por uma escola sem partido e sem ideologia de gênero. Gostaria de expressar minha insatisfação com o Colégio Pedro II aqui no RJ. Existe uma campanha política do partido Psol sendo imposta aos alunos dentro da escola, e professores que apoiam o mesmo colocando adesivos no uniforme dos nossos filhos. Também tentam doutrinar com a filosofia de ensino desse partido de esquerda e somente deste, colocando forçadamente e declaradamente em todas as matérias do currículo escolar a ideologia de gênero”, declarou o responsável de um aluno, cuja identidade não foi revelada.
Note-se que o Psol é crítico à ideia de escola sem partido, ao sustentar que fere a democracia e as liberdade de aprendizagem e de pensamento etc.
Por falar em ideologia de gênero, vale frisar que, em setembro do ano passado, o CPII liberou o uso de saias para alunos do sexo masculino.
Numa aula da turma 504 do campus São Cristóvão, uma docente teria ensinado aos alunos como usar um preservativo, ao demonstrar o exemplo com uma cenoura.
Um dos denunciantes relatou ao MPF-RJ que a Coordenação de História do CPII propôs aos estudantes um trabalho sobre movimentos no Brasil, como LGBT, movimentos sociais e de negros, e que pensava, inicialmente, tratar-se de um trabalho didático. Além disso, houve palestras sobre movimentos sociais, uma delas denominada ‘Não vai ter golpe’. Ao final dos eventos houve a confecção de cartazes com mensagens tipo ‘Abaixo à Ditadura’, ‘Fora Temer’ e ‘Não vai ter golpe’.
“O Colégio Pedro II vem sofrendo há tempos com a influência negativa de partidos políticos como o PT e o Psol. Um sindicato instalado dentro dos muros do CPII, ligado ao Psol, tem criado grupos organizados que estão mudando a cara da escola”, criticou um dos denunciantes.
Para um dos delatores, a crise do petismo, enfraquecido por conta dos escândalos de corrupção aos quais está involucrado, teria possibilitado a disputa de militância pelo Psol.
“Muito auspiciosa a fundação do núcleo do Psol no CPII”, postou em seu perfil no facebook a diretora do Sindscope Magda Furtado, segundo os autos do processo.
2) Formação de militantes
Na denúncia recebida pelo MPF-RJ, consta que, ademais a suposta doutrinação política, o Sindscope e o Psol buscavam transformar crianças e adolescentes em militantes, por meio de doutrinamento disfarçado de aprendizado escolar e com a colocação de adesivos nas roupas dos alunos, por exemplo.
Não consta no processo. Esta foi uma busca feita por OPINÓLOGO. Em outubro passado, o pai de um aluno filmou (vídeo) com o celular uma ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) dentro da unidade São Cristóvão. Havia cartazes com mensagem do tipo ‘Morte ao latifúndio’, por exemplo.
Vídeo: Blog Reflexões / YouTube / Reprodução
O vídeo reforça a ideia de lavagem cerebral nos alunos
3) Campanha eleitoral
Imagem: MPF-RJ / Reprodução
![]() |
O que faz com que grande parte dos professores, de modo geral, seja de esquerda??? |
O MPF-RJ também acusa Tarcísio Motta de ter, supostamente, distribuído material de campanha numa das unidades do CPII, o que é proibido, não só por ele ser funcionário como também porque o estabelecimento não pode ser usado para tal finalidade.
“No Colégio Pedro II, unidade São Cristóvão, estão fazendo campanha partidária para o candidato ‘Freixo’. Inclusive, colocaram na lancheira do meu filho um adesivo de campanha”, relatou um dos país ao MPF-RJ.
Em depoimento ao MPF-RJ, a professora Maria Elisa Guimarães admitiu que panfletava a favor de Marcelo Freixo na porta do CPII, em São Cristóvão, do lado de fora. Ela foi filmada pelo pai de um dos alunos.
4) Reuniões
Os responsáveis pelos estudantes relataram ao Ministério Público Federal que durante uma reunião de pais, uma professora, com adesivo de Freixo na blusa, ficava falando sobre o juízo político contra Dilma Rousseff.
Durante uma feira literária, no ano passado, também houve suposta propaganda partidária, por meio da distribuição de adesivos.
Busca por apoio político
Imagem: MPF-RJ / Reprodução
![]() |
Pode até ser que escola seja lugar para se falar de política, mas não para fazer apologia |
O Sindscope firmou contrato de aluguel de uma das salas da unidade São Cristóvão do Colégio Pedro II pelo período de 3 de janeiro de 2015 a 3 de janeiro de 2016, no valor mensal irrisório de R$ 630,12. Após expirado, o mesmo não foi renovado. Em outubro passado, depois de prestar depoimento ao MPF-RJ, o reitor notificou o sindicato e deu um prazo para que deixasse o imóvel. Em 4 de janeiro de 2017, Halac enviou nova notificação, pedindo a devolução do espaço para que pudesse criar novas salas de aulas.
O Ministério Público Federal critica o fato de o reitor nunca ter tomado uma medida judicial contra o Sindscope. O pior de tudo é que desde que o contrato venceu, não houve mais nenhum pagamento em favor da escola, permanecendo de graça por mais de um ano.
Outra coisa que chamou a atenção do procurador Fábio de Moraes Aragão, autor da ação judicial, foi o mísero aluguel de R$ 630,12. Com base nos preços de mercado, o mesmo deveria variar entre R$ 3,8 mil a R$ 8 mil.
De 3 de janeiro de 2014 a 3 de janeiro de 2015, o contrato firmado entre ambos era de apenas R$ 607,98.
A ACP insta que o Sindscope deixe o espaço no prazo de 72 horas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.
Em protesto à ACP, o Sindscope aprovou em assembleia, nessa quinta-feira (9/3), uma paralisação de 24 horas para o próximo dia 15 deste mês, acusando o Ministério Público de ‘criminalizar os movimentos sociais e o próprio funcionamento da escola’. Durante a paralisação ocorrerá um ato em frente ao prédio do MPF-RJ, no Centro do Rio.
Os sindicalistas dizem também manifestar-se contra as propostas de reformas trabalhista e previdenciária de autoria do governo federal.
Leia também:
‘Lamento profundamente a existência de um processo baseado apenas em preconceitos político-ideológicos’, diz vereador do Psol
Leia também:
‘Lamento profundamente a existência de um processo baseado apenas em preconceitos político-ideológicos’, diz vereador do Psol
COMMENTS